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terça-feira, 9 de agosto de 2016

DOZE ANOS A TRABALHAR PARA O BRONZE


«EU VIM PARA FICAR»
Há muito tempo que Tema Monteiro está no coração e no orgulho dos portugueses. Tem uma carreira linda, recheada de medalhas de ouro, prata e bronze, obtidas em Campeonatos da Europa e do Mundo, e uma força de viver que transparece em cada combate.
Tal como Ronaldo, Telma não é um epifenómeno. Mais de uma década ao mais alto nível: umas vezes vencendo, outras subindo ao pódio, outras ainda perdendo claramente, mas nunca desistindo dos seus propósitos.
Quem acompanha minimamente a carreira de Telma Monteiro sabia como a judoca se sentia “incompleta” por não ter alcançado nenhuma medalha nas três olimpíadas em que participou. Ontem, finalmente, conseguiu pôr ao peito um bronze olímpico que lhe fica a matar. 

Comemorou-o como se tivesse sido campeã europeia ou mundial, o que revela bem o valor que ela dá aos Jogos Olímpicos. Para muitos atletas, as Olimpíadas ainda são a competição mais importante em que podem competir e ainda bem que assim é. 
Os Jogos Olímpicos têm uma dimensão pessoal, social e desportiva que mais nenhuma competição alcança, por mais mediática ou exigente que seja. Obter um pódio olímpico é mais que vencer, é triunfar, é obter a glória que aproxima da imortalidade.
Telma é um exemplo de talento, esforço, dedicação, positivismo. Com as devidas distâncias, que o mediatismo do futebol face ao do judo impõe, comparo-a muito a Cristiano Ronaldo. Os dois são um belo exemplo dos desportistas portugueses atuais: talentosos, lutadores, confiantes, consistentes, ambiciosos. Não descansam sobre os louros nem se deixam abater no inêxito.
O desporto de alta competição é feito de vitórias e de derrotas, não de triunfalismos bacocos nem de fatalismos irracionais. Com Telma e Ronaldo deixámos de ganhar “quando o rei faz anos” e começamos a vencer como os campeões: frequentemente.

Gabriel Vilas Boas 

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