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terça-feira, 30 de agosto de 2016

IMI AO LÉU


Desde que se soube que o governo pretende taxar ainda mais as casas que tenham uma boa exposição solar, que a sociedade portuguesa vai descobrindo paulatinamente algumas «curiosidades» acerca deste imposto que obriga os proprietários a pagar por aquilo que é seu.
Um falso engano do fisco, obrigou a Igreja Católica a reclamar sobre um direito de não pagamento de imposto que a Concordata do Estado português com a Santa Sé lhe confere. Esta semana descobriu-se que os partidos políticos não pagam IMI sobre os imóveis de que são proprietários. Dentro de algumas semanas descobrir-se-á que algumas câmaras municipais andam a isentar os moradores dos centros históricos do pagamento de IMI. Depois saber-se-á que alguns grupos sociais beneficiam de isenção parcial ou grandes descontos.

Os latinos costumavam dizer que “Dura lex, sed lex” (A Lei é dura , mas é Lei), mas esta é uma máxima que raramente se aplicou em Portugal, onde a lei é dura, mas apenas para os parvos ou aqueles que não têm capacidade de se “mexer” nos passos perdidos do poder, onde as pressões se convertem em ganhos, numa espécie de “mão que lava a outra”, onde impera a Lei segundo a qual se tu não me denunciares eu também não te denuncio.
Obviamente o fisco não se enganou ao mandar notificações para os padres pagarem IMI das propriedades da Igreja Católica, mas antes fez-se de tonto, para poder suscitar o debate na opinião pública sobre a (i)moralidade dos privilégios fiscais que a Igreja Católica tem e que no seu entender não deveria ter.

Rapidamente a Igreja contra-atacou e pôs a correr a informação, verdadeira, que os partidos políticos também não pagam IMI, procurando atingir o PS e sobretudo PCP (com um património imobiliário digno de qualquer banqueiro) e BE que gostam de ser os paladinos da moral política.
Ficaram todos mal na fotografia, mas uns e outros não se importam. Vão continuar a assobiar para o lado, sorrindo amarelo de raiva para o parceiro que os denunciou e enviando-nos a conta para pagar todos os anos.

Gabriel Vilas Boas   

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