Daqui a pouco, ao som da lindíssima «Garota de Ipanema» de Tom Jobim, ficam oficialmente abertos os Jogos Olímpicos do Rio -2016. Pela primeira vez na história do olimpismo, um país de língua portuguesa organiza o maior evento desportivo do planeta. Essa honra cabe ao Brasil.
Apesar do trauma desportivo do Mundial de 2014, da crise
económica que o país atravessa, da corrupção politica que derrubou Dima e Lula,
hoje, o Brasil tem que maquilhar a tristeza e sorrir para o mundo. “Deixar a
tristeza pra lá”, ainda que a vida não vá melhorar, pois há três semanas de
festa em que os brasileiros têm de mostrar de que alma são feitos.
Nos últimos tempos, tudo parece correr mal ao Rio 2016: a classe política chafurda na espessa lama da corrupção e envergonha o país; o vírus Zika põe a proverbial fogacidade brasileira em sentido; a criminalidade afia os dentes; os atrasos e falhanços organizativos não param de ser notícia; o povo anda triste e deprimido… mas os Jogos são uma oportunidade única e irrepetível. Mais do que as medalhas que o orgulho brasileiro possa conseguir, mais do que uma organização exemplar que os brasileiros nunca conseguiriam, a única maneira de tornar os Jogos do Rio grandes e maravilhosos (como a cidade) é os brasileiros envolverem-se neles. Assistirem às diversas modalidades, lotarem os eventos, prestigiarem o espírito olímpico com o seu entusiasmo e a sua alegria de viver que tanto cativa quem os visita.
P.S. Na cerimónia de abertura estará uma comitiva de dez
elementos, que participam nestes Jogos debaixo da bandeira Olímpica. São
Refugiados. Dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um corredor etíope e
cinco sudaneses participam nestes jogos sob a bandeira do COI (Comité Olímpico
Internacional). Todos eles tiveram de deixaram os seus países devido a
perseguições e à guerra. Além dos portugueses, são aqueles por quem torcerei.
Gabriel Vilas Boas
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