No arranque do ano letivo, o ministro Tiago Brandão
Rodrigues, ao lado do primeiro-ministro António Costa, anunciou 1500 novos
auxiliares de ação educativa (500 dos quais para o pré-escolar). Referiu-se também aos manuais escolares gratuitos que o ME distribuirá
a mais alunos bem como às obras em curso, em algumas escolas.
Tudo isto foi apresentado quase como uma prenda do Executivo
ao setor da Educação, procurando provar que o governo do Partido Socialista faz
uma aposta forte na Educação. Nada mais falso. O que o governo fez foi apenas
colmatar falhas urgentes, claramente identificáveis, e normais, em qualquer
arranque de ano letivo. Os 1500 novos auxiliares de ação educativa mostram bem
quão necessitadas estavam as escolas e não qualquer aposta do governo na
Educação.
As obras agora em curso são apenas aquelas que ficaram
paradas na altura da grave crise económica de 2011 ou as que não tinham,
incompreensivelmente, entrado no programa de festas da Parque Escolar. Não é
favor nenhum reabilitar uma escola, onde já chovia nas salas de aula ou sem
qualquer intervenção desde o século passado.
O alargamento do número de alunos com livros escolares
gratuitos é uma boa medida, embora não represente grande esforço financeiro, mas
antes um melhor aproveitamento dos recursos existentes com a reutilização dos
manuais escolares que o Estado foi comprando às editoras nos anos anteriores.
Em conclusão, aquilo que o Estado se prepara para efetivar,
em termos de gastos com a Educação, não é mais do que lhe compete e do que é
devido à população. Qualquer aproveitamento político é um abuso e deve ser
denunciado.
P.S. Lamentável a atitude do ministro da Educação ao fazer
sair a primeira lista de colocação de professores contratados poucas horas
depois de receber os professores QZP que reivindicavam a suspensão de todo o
processo de colocação de professores. Com a saída das listas, todas as
esperanças destes professores caíram por terra. Atendeu-os para quê? Para lhes
passar a mão pelas costas e dizer “tenham lá paciência, é a vida”? Ou será que
teve a coragem de lhes dizer na cara que não tinham razão nenhuma, a decisão de
não atender as suas reivindicações estava tomada e que aquela reunião era mera
cortesia em honra das regras de boa educação?
GAVB
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