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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A SALA DE AULAS DO FUTURO


Ontem, ao final da tarde, todos os professores do meu Agrupamento foram enviados pela Direção para uma palestra/apresentação sobre “As Salas de Aula do Futuro”.
A apresentação coube a um ex Diretor Escolar e atual membro de uma DRE que coordenada o projeto a nível nacional.


As Salas de Aula do Futuro assentam em três pilares: espaço, pedagogia e tecnologia. Segundo o palestrante é necessário alterar profundamente o espaço onde se desenvolve as aulas, modificar o modo como o professor desenvolve as suas ideias e abrir a aula à tecnologia, que é como quem diz smartphones, tablet’s, computadores portáteis, quadros interativos…

Durante mais de uma hora, o coordenador deste ambicioso projeto das “Salas de Aula do Futuro” explicou-nos que a Escola vive um grande problema de falta de motivação, quer dos professores quer dos alunos. Segundo ele, isto acontece por causa de uma dessincronização temporal altamente perniciosa: escolas do século XIX, professores do século XX, alunos do século XXI.

Como alterar isto? Investindo em “salas de aula do futuro”. Cada uma deve custar a módica quantia de 25 mil euros, havendo agrupamentos no país com mais de um milhão de euros para investir. Tive muita pena de não ser o meu… Prosseguindo e voltando ao mundo dos nefelibatas: é necessário alterar profundamente a maneira como os alunos estão nas salas, corrigindo a forma “autocarro” para a forma “ilha”, se possível com puffs ou cadeiras muito confortáveis e mesas amovíveis. Isso trará a escola do século XIX para o XXI. Depois é preciso equipa-la com tecnologia q.b., o que não deve ser difícil, pois a maioria dos alunos já têm smarphones. Convinha era convencer os diretores, os conselhos pedagógicos e  conselhos gerais a mudar a lei da proibição dos telemóveis na sala de aula. Não deve ser difícil… 

Por último é preciso que os professores mudem de pedagogia, que é como quem diz mudem de mentalidade.
O que é mudar de mentalidade? Mudar radicalmente o modo de dar aulas. Deixar o método expositivo e enveredar pelo trabalho projeto, ensinando conteúdos antigos através das novas dinâmicas sociais, como por exemplo o facebook e o twitter.
O grande problema é que os professores não sabem fazer isso, nem ficar calados ao fim de 15 minutos. Não pude deixar de pensar que o nosso palestrante falou durante 75 minutos e que deixou de ser Diretor, mas não voltou a ser professor. 
À parte isso, achei a ideia muito interessante e adorava poder aplicá-la. 
Dou como adquirido que a implementação de 40 salas no nosso Agrupamento estão asseguradas, pois de contrário não nos seduziam com proposta tão interessante para depois implementar apenas uma sala, estilo show room. Dou também por adquirido que as regras quanto aos smartphones e afins vão mudar logo. 
E quanto a mim, vou tratar de me inscrever no «face» do projeto para ver se conseguimos chegar rapidamente aos mil professores aderentes à formação. É certo que ainda não seremos um 1% dos professores portugueses a quer pertencer a uma escola do século XXI, mas isso por agora não interessa nada!

Gabriel Vilas Boas

4 comentários:

  1. pois claro ! e que diz o Mário Nogueira sobre isto , aproposito ele tirou ferias para ir ao congresso do PCP e voltou a desaparecer , fico feliz é sinal que a escola esta boa , pois não há reivindicações a fazer ...

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  2. "...este mudança de paradigma, que muitos vêm como ” amanhãs que cantam” é altamente patrocionada pelas grandes multinacionais, ligadas ao negócio digital…"

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  3. Mais tretas do costume... vulgo, modas passageiras!

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  4. Colega, é tudo muito interessante mas será que temos escola para este projeto? Os nossos alunos aderirão? Por mim, estou disponível!

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