Um feriado vai muito para além
de um dia de descanso. Torna-se especial porque é aquele presente esperado que
faz tanto jeito para desembrulhar os “Rossios” que quiséssemos à força meter
nas “betesgas” da nossa vida, como também há momentos e feriados que não
sabemos o que fazer com eles. 
No entanto ele, o feriado,
mexe sempre connosco. 
Desliga-nos da corrente do quotidiano, que ameaçava
torna-nos máquinas imperfeitas, e faz-nos pensar na vida. 
Tem ainda outra
utilidade: organiza-nos a memória. É por causa dele(s) que não esquecemos
momentos importantes da nossa história coletiva, datas relevantes do credo que
professamos (ou a maioria professa). O feriado é uma espécie de GPS da memória
e do afeto.
E que seríamos nós sem memória
e sem afeto? Algo tão aborrecido e frio como o tempo que faz lá fora. 
Um feriado permite pensar
e fazer além do previsível; deixa-nos ser à nossa maneira, ainda que já tenhamos
desaprendido um pouco. 
O feriado dá-nos aquilo que
andamos o mês inteiro a reclamar ou a servir-nos de desculpa – tempo. 
Tempo para pensar em nós,
tempo para sentir a beleza daquilo que nos rodeia, tempo para estar com aqueles
de quem gostamos, tempo para nos divertirmos. 
Como tudo o que é bom, o
feriado também é raro. Normalmente, as raridades são preciosas. Eu olho cada
feriado como um momento magnífico para usufruir a vida.
Não foi assim hoje? Daqui a uma semana há uma nova oportunidade.
Gabriel Vilas Boas 


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