O Imaginarius é um Festival de Teatro
de Rua e já vai na 18.ª edição. Realiza-se em Santa Maria da Feira, em Maio, e
de ano para ano atrai cada vez mais público e tem aumentado exponencialmente a
sua qualidade. Só para edição de este ano houve 295 candidaturas, provenientes
de 48 países. Claro que com tantos interessados é possível criar um cartaz de
grande qualidade.
Além do vencedor do ano passado, os suiços Ici’bas, com o
seu Lonely Are The Lonely Roads, os
cabeças-de-cartaz eram os holandeses Theatre Gajes com a sua Odyssee e os portugueses Teatro do Mar
com o multidisciplinar Insomnio.
Já há alguns anos que não marcava presença neste evento e por isso foi uma agradável surpresa a qualidade dos espetáculos que ontem tive
a oportunidade de assistir.
Teatro, circo, dança, mímica, acrobacias, músicas. De tudo
um pouco se pôde ver neste Festival Internacional de Teatro de Rua, que
decorreu em vários espaços da cidade. Saia-se de um local e logo estava a
começar outro espetáculo noutra praça, noutra rua, noutro recanto. Do que vi na
tarde do último dia, impressionou-me os franceses do Cirk Biz’Art, três jovens
marselheses que me encheram as medidas com a sua performance, uma espécie de cabaret-circo irreverente, onde o tradicional se misturava com o bizarro e interagia de forma intensa
com o público, durante setenta minutos.
Também fiquei agradavelmente surpreendido com os espanhóis
Collectiu La Persiana que apresentaram a sua “Violeta”. Um espetáculo familiar, onde sete acrobatas disputavam a
atenção do público ao som da música latina, testando os limites e as emoções, desafiando sentimentos.
O final de cada um dos três dias do certame ficou marcado
por um fabuloso espetáculo de pirotecnia e música, dos franceses Les Commandos Percu, denominado Silence.
Aquilo que podia ser apenas uma banal mistura de técnicas de percussão e
pirotecnia transformou-se numa tempestade imponente e ousada de som e fogo
capaz de nos tocar em diversos domínios.
O Imaginarius é um festival para a
família, descontraído, bem organizado e com um baixo investimento, que devia e
podia ser replicado noutras cidades portuguesas. A arte, o improviso, a
ousadia, o convívio entre culturas e povos, o teatro, a música, o circo, a
dança e acrobacia – tudo parece ser um excelente motivo para visitar Santa
Maria da Feira no final de Maio, numa espécie de ensaio geral para a Viagem
Medieval, o evento mais emblemático do concelho.
GAVB
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