«O problema da eutanásia no nosso país não é a eutanásia, é
o nosso país. Em teoria, é boa ideia. Em Portugal, é que é mal feito. Se
passar, é inevitável que um dia ouçamos isto no telejornal:
“Um escândalo! Estou há onze meses na lista de espera para
uma eutanásia. Marcaram para hoje, vim de Beja ainda de madrugada, ia tendo um
acidente, podia ter morrido, e agora dizem-me que há greve?”
Não duvida da competência do SNS para matar. Duvido é que o
consiga fazer quando é suposto. Por isso, aprove-se a lei. Satisfaz os
partidários do ‘Sim’, que veem a eutanásia legalizada, e os do ‘Não’, que, se o
SNS continuar a ser o SNS, nunca a verão em Portugal.»
José Diogo Quintela
Tal como o humorista José Diogo Quintela também eu sou a
favor que cada um de nós seja livre de terminar a vida com dignidade, que
muitas doenças não permitem. Bem sei que uns são mais fracos que outros, que há
muitas pessoas que não têm qualquer resistência à dor e, sobretudo, há o perigo, da
fragilidade psicológica de um dado momento acabar por generalizar a morte. Apesar
de todos estes medos, tenho tendência a pensar como Séneca “viver não é uma
coisa boa em si mesmo, mas viver bem sim!”, por isso talvez seja melhor viver
até onde devo e não até onde a natureza mo permita, mas sob condições indignas,
degradantes e inalteráveis.
GAVB
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