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sábado, 5 de maio de 2018

UM PROTESTO EM CADEIRAS DE RODAS




Aproveitando “Dia Europeu da Vida Independente”, os deficientes motores portugueses manifestaram-se em Lisboa. Reivindicavam o seu direito a uma vida independente.
Explicavam aos jornalistas, que acompanhavam a marcha de protesto, a sua tristeza por terem de lutar por direitos (humanos) que para o comum dos cidadãos sã já adquiridos.

Percebo perfeitamente quais são as suas dificuldades e a inércia legal e fiscalizadora do Estado, que acaba por os prejudicar imenso, pois as barreiras arquitetónicas dos edifícios e das ruas ainda são um grande problema.

Há ainda a questão mental. Se já é difícil encontrar emprego em Portugal, nos últimos dez anos, para qualquer cidadão sem nenhuma incapacidade, imagine-se para uma pessoa em cadeiras de rodas.
É possível minimizar muito as barreiras legais, arquitetónicas e mentais que aprisionam os deficientes motores. Não acho que seja um problema de dinheiro nem de leis. É mais de cumprimento de lei e de mentalização social. A mentalidade não se muda por decreto e exige tempo. Esse tempo deve ser aproveitado para introduzir os deficientes no mercado de trabalho estatal. Escolas, hospitais, centros de saúde, repartições de finanças. Em igual de circunstância, os deficientes motores deviam ser uma escolha prioritária. 

A melhor maneira de destruir tabus e preconceitos é vê-los a trabalhar, a fazer igualmente bem as tarefas que uma pessoa sem deficiência executa. Nessa altura, qualquer cidadão perceberá que não há razão para o excluir da sua empresa, do seu bar, da sua loja de informática. Será a sociedade a exigir que o governo seja intransigente com quem não cumpre as regras de acesso a gente que circula em cadeiras de rodas, porque se habituou a interagir com eles e não os pode dispensar.
Não é um ideia utópica, mas demora tempo e exige persistência e determinação. O primeiro passo cabe ao Estado, mas é também ele que tem de dar o exemplo à sociedade e não o contrário.
GAVB

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