O Ministério da Educação tem mesmo
um problema de consciência com os professores portugueses: a não contagem do
tempo de serviço ao longo de uma década.
O governo não sabe como fazer para
excluir os professores do seu plano de devolução mitigada dos rendimentos aos
funcionários públicos e por isso passou a um plano subversivo: dividir para
reinar. Não conseguindo maniatar todos os professores independentes e livres
como engana os sindicatos, o Ministério da Educação lançou mão do ponto mais
frágil da união dos professores portugueses: a colocação dos professores
contratados e a eterna questão dos professores que fizeram carreira no setor
privado.
A maioria dos professores do
ensino público acha uma tremenda injustiça que os professores do ensino privado
possam concorrer em igualdade de circunstância às vagas do ensino público que
agora abriram, quando a maioria deles, por razões que só a eles dizem respeito,
optou por uma carreira no ensino privado. As razões são diversas: para
conseguirem trabalhar, para ficarem perto de casa, para ganharem melhor… não
importa. Fizeram sua opção e agora o ME dá-lhe a possibilidade de efetivar no
setor público sem nunca terem trabalho para o Estado Português, excluindo quem,
durante décadas, andou de malas às costas a fazer a volta a Portugal em escolas
públicas.
É emocionalmente difícil aos
professores digladiarem-se com colegas, alguns deles verdadeiros amigos de
longos anos, mas parece ser isso que o ME quer, ao lançar um concurso
extraordinário sob condições injustas e possivelmente ilegais.
Mais do que dividir para reinar,
o governo, através do Ministério da Educação, tenta desmoralizar um classe já
tantas vezes sacrificada e injustiçada a quem todos se acham no direito de
faltar ao respeito.
GAVB
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