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segunda-feira, 23 de abril de 2018

O VELHO TRUQUE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE PÔR PROFESSORES CONTRA PROFESSORES



O Ministério da Educação tem mesmo um problema de consciência com os professores portugueses: a não contagem do tempo de serviço ao longo de uma década. 
O governo não sabe como fazer para excluir os professores do seu plano de devolução mitigada dos rendimentos aos funcionários públicos e por isso passou a um plano subversivo: dividir para reinar. Não conseguindo maniatar todos os professores independentes e livres como engana os sindicatos, o Ministério da Educação lançou mão do ponto mais frágil da união dos professores portugueses: a colocação dos professores contratados e a eterna questão dos professores que fizeram carreira no setor privado.

A maioria dos professores do ensino público acha uma tremenda injustiça que os professores do ensino privado possam concorrer em igualdade de circunstância às vagas do ensino público que agora abriram, quando a maioria deles, por razões que só a eles dizem respeito, optou por uma carreira no ensino privado. As razões são diversas: para conseguirem trabalhar, para ficarem perto de casa, para ganharem melhor… não importa. Fizeram sua opção e agora o ME dá-lhe a possibilidade de efetivar no setor público sem nunca terem trabalho para o Estado Português, excluindo quem, durante décadas, andou de malas às costas a fazer a volta a Portugal em escolas públicas.

É emocionalmente difícil aos professores digladiarem-se com colegas, alguns deles verdadeiros amigos de longos anos, mas parece ser isso que o ME quer, ao lançar um concurso extraordinário sob condições injustas e possivelmente ilegais.
Mais do que dividir para reinar, o governo, através do Ministério da Educação, tenta desmoralizar um classe já tantas vezes sacrificada e injustiçada a quem todos se acham no direito de faltar ao respeito.
GAVB

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