Qualquer dia o rio Douro transforma-se em túnel, com tanta ponte entre o Porto e Gaia.
Vila Nova de Gaia e Porto devem mesmo ter falta de problemas
e não sabem onde gastar o dinheiro. Requalificação dos bairros sociais, habitação
a preços comportáveis para jovens portuenses nas principais freguesias da
cidade; requalificação dos principais espaços culturais da cidade; baixa dos
impostos municipais, pagamento da dívida bancária, redução do IMI…
Na verdade
não falta onde gastar, com critério, doze milhões de euros (custo estimado da
obra), mas os presidentes de Câmara do Porto e de Gaia acham que o mais
importante é fazer mais uma ponte, para trazer mais carros às duas cidades,
mais poluição, mais confusão.
Já não bastavam as que existiam. Que falta de imaginação! Os
problemas do Porto e Gaia são outros: Como
desentupir a Avenida General Torres, em Gaia?, Que fazer à crescente onda de
despejos na cidade do Porto, a fim de criar mais arrendamento para turistas?
Como fortalecer a cidade com uma oferta cultural que mantenha a empolgante onda
de turismo dos últimos anos? Para quando a requalificação das zonas degradas
das duas cidades?
Por outro lado, é sabido que os transportes públicos e privados
a operar nas duas cidades dão prejuízos. Ora, construir uma nova ponte só
incentiva o uso do transporte privado, quando a tendência devia ser o contrário,
até por razões ambientais.
Ainda que posa existir a tentação de patrocinar uma obra que
fique para a História, um presidente da Câmara só a deve promover quando ela é
imperativa, o que não é manifestamente o caso.
Não adianta criticar os gastos sumptuosos à volta da
capital, quando, em menor escala, se procede da mesma maneira.
Todo o dinheiro público deve ser gasto com critério,
seguindo uma ordem de prioridades clara e inatacável.
GAVB
Se as acessibilidades à nova ponte servissem para aliviar o transito na VCI, conforme foi prometido na campanha eleitoral, teria todo o apoio daqueles que sofrem diariamente o martírio de ali circular.
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