Estamos a três semanas da grande Manifestação Nacional dos
Professores, marcada para 19 de Maio. A iniciativa é dos sindicatos de professores e os professores prometiam uma grande adesão. Prometiam, porque já
não sei se prometem.
Os motivos da indignação dos professores são conhecidos e, infelizmente,
há que acrescentar mais um concurso de docentes, onde a confusão está
instalada.
No entanto, professores e direção da Fenprof estão de costas
voltadas. A razão é o amuo do sindicato mais representativo dos professores com
a louvável iniciativa legislativa, levada a cabo por um grupo de professores,
que pretende angariar vinte mil assinaturas, de maneira a fazer o parlamento
português aprovar legislação que obrigue o governo a contar todo o
tempo de serviço prestado pelos docentes, para efeito de progressão na
carreira.
A Fenprof amuou na piorou altura e pelas piores razões,
porque não tem razão nenhuma. A Fenprof devia apoiar esta iniciativa e não
ficar com ciúmes dela nem entendê-la como uma crítica ao seu modus operandi, que, de facto, merece
críticas.
Entretanto, a grande Manifestação Nacional de Professores
pode “flopar” se sindicatos e professores não fizeram as pazes. Os professores precisam
da organização do sindicato, a direção do sindicato precisa dos professores,
como é óbvio, para fazer uma grande manifestação.
A Fenprof deve perceber que os professores podem e devem ir
além dos sindicatos, porque muitos deles não são sindicalizados nem se reveem
no taticismo político da Fenprof, nem acham grande piada a que os professores
sejam usados como joguete de interesse políticos deste ou daquele partido.
Não sei se os sindicatos deram conta, mas os professores
portugueses evoluíram, o país também, e covinha que a direção do Fenprof
incorporasse essa informação.
Mário Nogueira refere muitas vezes que a posição da Fenprof
será aquela que os professores decidirem. Ora, os professores decidiram tentar
uma via menos clássica, já que a clássica não dá os frutos desejados, e assim
sendo, o dever da Fenprof é estar ao lado dos professores. Sem amuos, sem
críticas, sem boicotes. O que interessa é conseguirmos os nossos objetivos
enquanto classe profissional. Se é através do António, do Pedro ou do Mário,
isso não interessa nada.
GAVB
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