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quinta-feira, 19 de abril de 2018

TRÁFICO HUMANO SEM CONTROLO EM PORTUGAL?



É possível que o alerta dos inspetores dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) seja um pequeno exagero, mas os mais recentes dados demonstram que Portugal é um país na rota dos traficantes dos seres humanos, como o demonstra o facto de, recentemente, se ter desmantelado uma estrutura bem organizada que durante quatro anos concebeu e executou um plano de exploração laboral e sexual de romenos e búlgaros.
É verdade que as estatísticas provam que o número de vítimas de tráfico humano desceu de 2016 para 2017, mas isso ficou a dever-se ao elevado número de recusas de visto de entrada, em território português, de gente suspeita.
O alerta dos inspetores dos SEF parece corroborar o relatório do Conselho da Europa, publicado no início do mês, que identificava Portugal como um dos países onde o tráfico de seres humanos está a aumentar.

Um dos fatores que em muito contribui para a disseminação deste cancro é a permissiva lei da nacionalidade portuguesa, que escancarou as portas da nacionalidade lusitana a muita gente, sem olhar aos perigos que tal medida podia ter. Os SEF sempre se mostraram muito críticos da iniciativa governamental, mas a lei avançou ainda que com algumas alterações.
A condenação que agora se conhece pode funcionar como elemento dissuasor, até pelas penas obtidas – seis a dezasseis anos de prisão – mas é preciso que o poder político acompanhe a preocupação dos operacionais e não faça leis inseguras que colocam Portugal outra vez famoso pelos piores motivos.
O tráfico de seres humanos é um dos piores pecados, por omissão, da europa ocidental. É uma indignidade absoluta que atinge milhares de pessoas e suja a consciência de milhões que apenas "lamenta", em vez de forçar os seus dirigentes a criar leis severas para quem organiza ou facilita estas sinistras redes de tráfico de seres humanos.
GAVB

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