Desde ontem até domingo, decorre em Almada, a quarta edição
do Sol
da Caparica, um festival de música que faz da lusofonia a sua força
motriz.
Nestes quatro dias, passam, pelos palcos Sol da Caparica, nomes como Mariza, HMB,
Carlão, António Zambujo, Trovante, Manel Cruz, Teresa Salgueiro, Bonga, Regula,
Matias Damásio.
A organização espera mais de 65 mil pessoas para celebrar a
música em português.
Dos inúmeros festivais de Verão, sigo este com especial
atenção, pela importância do seu desígnio. A lusofonia é um eixo fundamental da
nossa história, da nossa cultura e está inscrita no código genético do nosso
mundo de afetos.
Há poucos dias, Matias Damásio afirmava, numa entrevista, que sempre se sentiu em casa, quando atuava em Portugal. A comunhão de Anselmo Ralph com o público português é tão forte e genuína como a de Mariza, Tim ou Jorge Palma, embora a dimensão das carreiras seja diferente.
Estou em crer que a música e esta geração sub-40, sem as
feridas nem os ressentimentos nem os complexos do processo da descolonização,
podem ser o pretexto para o início de um grande projeto de lusofonia à escala
mundial.
Apesar do atual Presidente da República ser a pessoa ideal para unir Portugal aos outros cantos da lusofonia, a sua atuação tem sido pouco mais que frouxa e está ainda muito por fazer. A solução não é a CPLP (que nome tão feio… bem melhor seria, por exemplo, Lusomundo), cada vez mais uma organização económica, descaracterizada e obscura. A solução é unir as pessoas através de eventos como o Sol Da Caparica, que devia ser um festival transmitido pelas televisões e rádios dos diversos países lusófonos, permitindo assim uma maior amplitude mediática, porque também é assim que se unem povos.
Tal como canta Tim em “Voar”, a lusofonia precisa de “acordar,
meter os pés no chão…/ levantar, pegar no que tem mais à mão e voltar a rir…
voltar a andar”, voltar a voar!
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário