Marcelo Rebelo de Sousa já colocou a sua assinatura na alteração
à lei 47/2006 que impõe ao governo o fomento e generalização dos manuais
escolares digitais.
Esta foi a resposta óbvia às 48 mil assinaturas que pediam
aos deputados para aliviar o peso das mochilas escolares dos alunos portugueses,
especialmente os mais novos.
Estou em crer que em menos e três anos, os manuais
escolares em papel serão já um produto vintage,
algo que só usado como um acessório de moda. Os manuais migrarão para os
tablets e nem a compra deste equipamento tecnológico será obstáculo, pois acredito que facilmente será oferecido pelas editoras na compra dos manuais escolares digitais
ou será possível a sua aquisição a um preço reduzido.
Esta simples transformação do livro em manual digital acarretará
profundas transformações na sala de aulas, nas metodologias de ensino, no modo
de avaliar os alunos e ditará, a prazo, a morte lenta da caligrafia.
Quando os alunos tiverem os seus manuais no tablet, a
maneira como o professor conduz a aula terá de ser substancialmente diferente e o mesmo
acontece com os exercícios de aplicação e consolidação de conteúdos.
É bom que os professores esqueçam as aulas muito
expositivas, as questões de grande elaboração linguística, porque um tablet,
com acesso à internet, nas mãos de cada aluno, proporciona múltiplas soluções
para quem tem de enfrentar uma aula aborrecida e dada ao estilo do século XX.
Por outro lado, os exercícios propostos pelos manuais digitais seguirão a
lógica a que já assistimos em quem usa a web com frequência: opção, resposta
orientada, comentário curto. Os testes corrigir-se-ão automaticamente em cerca
de 70% das questões e será dado mais ênfase ao trabalho/projeto que cada aluno
ou grupo de alunos desenvolverá.
Ainda que numa primeira fase possa parecer
o contrário, os manuais escolares digitais muito contribuirão para a tão desejada
autonomia dos alunos e transformarão definitivamente a Escola.
E talvez permitam também a reciclagem dos professores, mas
nisso não estou tão certo, pois cada um vai ter que fazer o seu percurso e não
é líquido que todos sejam entusiastas destas mudanças.
De tudo o que se anuncia só tenho pena que a escrita à mão
se desvaneça. Havia um certo encanto na caligrafia. Era uma espécie de
impressão digital do aluno...
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário