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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

AS MOCHILAS PESADAS FORAM O PRINCÍPIO DO FIM DOS LIVROS NAS ESCOLAS


Marcelo Rebelo de Sousa já colocou a sua assinatura na alteração à lei 47/2006 que impõe ao governo o fomento e generalização dos manuais escolares digitais.
Esta foi a resposta óbvia às 48 mil assinaturas que pediam aos deputados para aliviar o peso das mochilas escolares dos alunos portugueses, especialmente os mais novos.
Estou em crer que em menos e três anos, os manuais escolares em papel serão já um produto vintage, algo que só usado como um acessório de moda. Os manuais migrarão para os tablets e nem a compra deste equipamento tecnológico será obstáculo, pois acredito que facilmente será oferecido pelas editoras na compra dos manuais escolares digitais ou será possível a sua aquisição a um preço reduzido.

Esta simples transformação do livro em manual digital acarretará profundas transformações na sala de aulas, nas metodologias de ensino, no modo de avaliar os alunos e ditará, a prazo, a morte lenta da caligrafia.

Quando os alunos tiverem os seus manuais no tablet, a maneira como o professor conduz a aula terá de ser substancialmente diferente e o mesmo acontece com os exercícios de aplicação e consolidação de conteúdos.
É bom que os professores esqueçam as aulas muito expositivas, as questões de grande elaboração linguística, porque um tablet, com acesso à internet, nas mãos de cada aluno, proporciona múltiplas soluções para quem tem de enfrentar uma aula aborrecida e dada ao estilo do século XX. 

Por outro lado, os exercícios propostos pelos manuais digitais seguirão a lógica a que já assistimos em quem usa a web com frequência: opção, resposta orientada, comentário curto. Os testes corrigir-se-ão automaticamente em cerca de 70% das questões e será dado mais ênfase ao trabalho/projeto que cada aluno ou grupo de alunos desenvolverá. 
Ainda que numa primeira fase possa parecer o contrário, os manuais escolares digitais muito contribuirão para a tão desejada autonomia dos alunos e transformarão definitivamente a Escola.
E talvez permitam também a reciclagem dos professores, mas nisso não estou tão certo, pois cada um vai ter que fazer o seu percurso e não é líquido que todos sejam entusiastas destas mudanças.
De tudo o que se anuncia só tenho pena que a escrita à mão se desvaneça. Havia um certo encanto na caligrafia. Era uma espécie de impressão digital do aluno...

GAVB

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