Os alemães usam o termo Schadenfreude
para designar a satisfação que as pessoas sentem quando o infortúnio atinge os
outros. É provável que a maioria de nós já tenha sentido esta espécie de
alegria perversa, mas admiti-lo é algo bem mais raro, embora haja situações
mais toleráveis que outras.
Por exemplo, é perfeitamente aceitável que um adepto do
Sporting fique a rir-se do falhanço europeu do rival Benfica, mas o mesmo já
não acontece quando uma mulher manifesta regozijo com o falhanço da relação
amorosa da colega de trabalho.
Paul Krugman, prémio Nobel da Economia em 2008, colocou
duas perguntas a um conjunto alargado de pessoas: 1- aceitaria baixar o seu
salário? 2- Aceitaria baixar o seu salário, na condição do seu colega ganhar
menos que você? Obviamente, todos responderam «não» à primeira questão, mas
surpreendentemente, a maioria respondeu «sim» à segunda.
Dan Ariely, psicólogo, acha que esta satisfação pelo
insucesso alheio se deve a “razões evolutivas”, ou seja, o nosso cérebro está constantemente
a estabelecer comparações para se adaptar às circunstâncias. Assim, os
acontecimentos não seriam bons nem maus, mas dependeriam do contexto. Segundo
Ariely são a maneira como os acontecimentos afetam os outros que dita grande
parte da avaliação feita.
De facto é cada vez mais verificável que há pessoas que não
ficam particularmente felizes quando o seu sucesso não é exclusivo. É o cérebro
que ainda está a reconfigurar…
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário