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domingo, 2 de setembro de 2018

A IGREJA PRECISA DE DEFENDER O SEU PAPA



O Papa Francisco atravessa o momento mais difícil do seu pontificado, desde a sua eleição, em Março de 2013. Os bispos ultra-conservadores aproveitam as omissões do papa Francisco sobre os vários escândalos de abusos sexuais envolvendo altos membros da igreja nos EUA, Chile, Irlanda e Austrália, para pedir a sua resignação e acusá-lo de herético.

Parece mais ou menos óbvio que Francisco foi demasiado complacente com os padres e bispos pecadores do passado. Apesar da maioria dos casos remontarem ao tempo de Bento XVI ou até de João Paulo II, os inimigos do papa Francisco acusam-no de saber e não atuar sobre os prevaricadores. É possível que tal tenha acontecido, pois parece-me muito improvável que um papa desconheça informação tão importante e tão grave.
As razões para as omissões e fraquezas de Francisco podem ser muito ponderosas e louváveis, mas constituíram um autêntico tiro no pé, do ponto de vista político, por parte de Jorge Bergoglio, dando oportunidade aos seus detratores de o acusarem de «saber e pouco fazer».

O Papa tem sido muito importante para a reabilitação da Igreja Católica enquanto agente determinante e influenciador das diversas sociedades em que os cristãos estão em maioria. Se a Igreja ainda é tida em conta no panorama político mundial a Francisco o deve. Mas o Papa nunca conseguiu afastar o seu maior adversário: a cúpula ultra-conservadora que domina o Vaticano. Francisco sempre os tratou com demasiada indulgência e procurou rodear os problemas em vez de os enfrentar, Revelou-se um erro, pois estes não hesitaram nem hesitarão em tentar destituir Francisco, ainda que tenham que usar os ignóbeis pecados de bispos e padres pedófilos.
A Igreja não pode deixar o seu Papa sozinha na arena meediática, recebendo os golpes traiçoeiros de gente que apenas quer manter o poder e tem uma visão errada e ultrapassada daquilo que deve ser a Igreja no século XXI. Os crentes precisam de sinalizar, de modo inequívoco, a sua posição ao lado do sucessor de Bento de XVI para que não aconteça ao argentino aquilo que já aconteceu ao alemão: ser engolido pelos lobos do Vaticano.
GAVB

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