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sábado, 22 de setembro de 2018

PINTO MONTEIRO - FINALMENTE AMARANTE HOMENAGEIA O «SEU» PORTUGUÊS EXTRAORDINÁRIO

Foi preciso o Parlamento Europeu ter eleito António Pinto Monteiro "Cidadão Europeu 2018", para a Câmara Municipal de Amarante promover uma justíssima homenagem a um dos mais extraordinários cidadãos de Amarante.

Pinto Monteiro, 74 anos, tem um curriculum invejável: fundou a Cercimarante, em 1980, ajudou a criar a associação Terra dos Homens (centro de acolhimento para crianças vítimas de negligência, abandono ou abuso, dos zero aos doze anos), o infantário-creche O Miúdo e um centro de dia para idosos. 

Quarenta anos de vida pública exemplar, excecional, totalmente dedicada aos outros, aos seus conterrâneos.

Quando alguns eurodeputados portugueses (Francisco Assis, Manuel dos Santos, Carlos Zorrinho, Liliana Rodrigues) propuseram António Pinto Monteiro para "Cidadão Europeu 2018", sabiam que estavam perante um português extraordinário, um ser humano de eleição, como já havia notado a RTP, em 2011, quando selecionou e mostrou aqueles portugueses do século XX que "por obras valerosas se vão da lei da morte libertando".   

Causa impressão que só hoje, depois de conhecidas as distinções nacionais e internacionais, a autarquia amarantina lhe tenha dedicado as palmas, os discursos, as flores, a medalha ou a salva de prata com que simbolicamente homenageia os seus. 
A gratidão e o reconhecimento do valor do nosso semelhantes são valores difíceis de apreender...
Não por todos! Em Amarante, há uma imensa maioria de gente anónima que sabe quem é António Pinto Monteiro, que o abraça com os olhos cheios de lágrimas e lhe sorri com os lábios, os olhos e alma, num profundo obrigado, que durará toda a vida.

Há quinze anos, pouco meses depois de chegar a Amarante para trabalhar na E.B. 2/3 de Amarante, entrevistei António Pinto Monteiro para o jornal escolar O Abelhudo. Foi uma conversa longa, apaixonante e que me ensinou muitíssimo. Das várias recordações dessa entrevista, guardo a comoção com que respondeu à pergunta "Como lidou a sua família com a sua dedicação à causa da Cercimarante?"
Nem sempre tinha lidado bem com as viagens, reuniões, fins-de-semana perdidos em múltiplas atividades da Cercis. E António Pinto Monteiro sofria imenso com essas ausências e com essa tristeza. 

Apesar de tudo, nunca abandonou aqueles a quem tinha acendido uma luz ao fundo do túnel. Por isso, hoje, há milhares de amarantinos que escaparam a um destino infeliz porque António Pinto Monteiro fez questão de cruzar o seu caminho. 
Gabriel Araújo

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