Quando a Primavera ia a meio e um dos grandes amigos de Joana Marques Vidal era entalado em Tribunal por ter decidido deixar de ser juiz para aceitar um cargo bem remunerado num empresa pública angolana, a Justiça portuguesa (a tal que está mais forte com os poderosos do que nunca) resolveu enviar o processo do ex. vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, para Angola, de modo a que sejam os rigorosos e impolutos tribunais angolanos a decidir se ele é ou não culpado de corrupção ativa.
Angola tinha obrigado a Justiça portuguesa a ajoelhar e com certeza que não houve nenhuma influência ou pressão política para que o Tribunal da Relação tivesse ido contra tudo aquilo que o Ministério Público de Joana Marques Vidal defendia. E como em equipa que ganha não se mexe, a Procuradora-Geral da República via continuar a somar acusações. Falta é ver se depois a Relação ou o Supremo não decidem acabar com o «irritante», lá para 2030…
Terminado o «irritante» da maneira mais humilhante para Portugal, António Costa lá foi até Angola falar de negócios, até porque o governo de João Lourenço não sabe como continuar em Portugal sem ter que abordar Isabel dos Santos.
Costa chegou a Angola e em estilo desportivo falou de mansinho sobre os 500 milhões de euros em dívida a empresas públicas e privadas portuguesas e ouviu de João Lourenço a promessa de que «ia começar a pagar». Só não disse quando e muito menos quanto. Usando uma linguagem tão querida ao nosso primeiro-ministro, João Lourenço prometeu a regularização «de» dívida. António Costa logo corrigiu:
- «Da» dívida, sr. Presidente!
João Lourenço sorriu e prometeu ao primeiro-ministro português que descongelaria os milhões em falta usando o mesmo critério que António Costa tinha usado com os professores portugueses. Vendo o ar abatido do primeiro-ministro português, João Lourenço confortou-o.
- Não te aborreças, ó Costa. Os portugueses vão entender. Até porque agora que a gente tem a SIC Internacional, podemos ver como os portugueses aprovam pagamentos de dívidas segundo o modelo paga dois, perdoa sete.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário