Etiquetas

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

PAI, QUE ALIMENTAVA OS FILHOS COM BOLOS E COCA-COLA, FOI PRESO, EM FRANÇA



Numa decisão inédita, mas provavelmente acertada e profilática, um tribunal Francês, acaba de condenar a três meses de prisão efetiva um pai, por negligenciar gravemente na alimentação e educação dos seus filhos, um com três anos e outro com quatro.
Quando entraram em casa do lamentável progenitor daquelas duas crianças, os serviços sociais de Limoges deram-se conta que aquela família vivia em condições de insalubridade e não havia comida no frigorífico.

O pai, um alcoólico violento e já referenciado pelos serviços sociais desde 2016, alimentava os seus dois filhos à base de coca-cola e bolos, apesar de receber apoio financeiro suficiente para alimentar e vestir as crianças de forma adequada. Obviamente o dinheiro era gasto, quase na sua totalidade, em vinho.
As crianças já foram  enviadas para uma família de acolhimento, onde chegaram em estado deplorável: a mais nova praticamente não fala e a mais velha já tinha perdido sete dentes devido ao excesso de açúcar ingerido, proveniente dos bolos e coca-colas em excesso.

A notícia destaca a inusitada dieta alimentar daquelas duas crianças franceses, a mim chamou-me à atenção outros pormenores.
Desde logo a pouquíssima instrução do pai. “Não sabe, ler escrever nem contar”. Com insuficiências tão básicas como poderia ele saber como alimentar os seus filhos? Realmente, a educação básica é um bem essencial, sobre o qual se constroem quase todos os outros. 

Outro pormenor relevante desta notícia é a ausência da mãe. A notícia nada diz sobre ela, mas a sua ausência naquela família disfuncional ajuda a entender o estado periclitante a que os seus filhos chegaram.

Mesmo partindo do princípio que um infortúnio qualquer afastou esta mãe dos seus filhos, é pouco aceitável que a Segurança Social de Limoges tenha tido a ousadia de deixar à guarda de um homem permanentemente bêbado e sem qualquer instrução dois crianças de tão poucos meses. As graves falhas deste pai já acontecem desde 2016, mas só agora ele ficou impedido de lhes fazer mal.

A pena de prisão pode parecer algo despropositada, mas a mim parece-me certíssima. Três meses na prisão, sem álcool, são o tempo necessário para refletir sobre a vida, as suas responsabilidades enquanto pai, a sua dependência do álcool e a tendência para a violência.

Chamar a atenção para os bolos e a coca-cola capta leitores e atiça comentários, mas tira o foco de algo mais importante e grave: a importância da Educação  na construção dos alicerces sociais de qualquer país; a ligeireza com que algumas instituições sociais avaliam as condições de certos progenitores ascenderem à condição de pais. Parece uma ligação automática, mas não é. 
GAVB

Sem comentários:

Enviar um comentário