António Costa pode não ser um grande governante (que não é), mas come de cebolada os seus adversários políticos. Aproveitando a morte anunciada do Ministro da Defesa, o «azarado» Lopes, Costa mandou para casa o ministro da Saúde, o da Economia e o da Cultura também. Fê-lo a poucas horas de apresentar o seu último Orçamento de Estado, sem dar cavaco às suas muletas de esquerda.
De uma única penada, o primeiro-ministro deu várias lições à oposição, enviou recados a alguns setores sociais e pôs em sentido o partido.
A um ano das eleições, Costa aposta tudo em ter uma maioria absoluta, por isso os ministros sem peso político nem vocação para o combate com os sindicatos e partidos de oposição, que se fará através do aproveitamento da contestação social, deixaram o lugar para os homens e mulheres da confiança do líder do PS.
Ao PS, António Costa deu um sinal claro: quem manda, quem escolhe é ele; qualquer outra interpretação é um pequeno delírio absurdo e suicidário, portanto os deputados do PS não tenham ideias de dar calor aos protestos de professores, médicos, enfermeiros ou agentes artísticos.
A qualidade dos rebuçados é ele que escolhe!
Quanto à oposição, terá de dar três meses aos ministros da Saúde, Economia, Cultura, Defesa, antes de os criticar. Além de que eles sempre podem dizer que foi o outro que fez, disse, escolheu.
Por falar na culpa alheia: estes ministros assinam de cruz o Orçamento de Estado. Vão gerir as opções dos seus antecessores ou, para ser mais realista, da dupla Costa/Centeno. Como criticar um ministro que entra quase nos descontos e mal conhece os restantes companheiros de equipa?
Também à contestação social na saúde (greve dos enfermeiros), Costa deu uma espécie de xeque-mate aos sindicatos. Obviamente o novo ministro tem de se inteirar dos dossiês, perceber como a casa está organizada, blá, blá, blá,... "no próximo ano" já poderá assumir outro tipo de compromisso.
Hoje o furacão Leslie varreu o centro de Portugal causando avultados prejuízos, numa espécie de comemoração sinistra que a natureza preparou para assinalar os trágicos acontecimentos de Outubro de 2017.
Antes que alguém lhe perguntasse como pensa resolver mais esta calamidade, Costa antecipou-se e criou um fogo de artifício político e mediático para os próximos quatro/cinco dias, capaz de tirar força ao furacão real e ao Orçamento dos rebuçados doutor Costa.
Costa percebe pouco de governação, mas de truques políticos percebe muito.
GAVB
O texto está óptimo e acerta na mouche. Mas não podemos esquecer o significado da manutenção do Tiaguinho. A meu ver, o PM assina em baixo todas as ilegalidades, mentiras, ameaças e chantagens cometidas pela equipa Brandão e partilha com esta o mesmo desprezo pelos professores, pela escola pública e pelo sistema educativo. Assim sendo, além de reiterarmos o afastamento de TB, acrescentamos um apelo forte a todos os professores do PS + famílias e amigos que NÃO VOTEM PS de maneira nenhuma.
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