Este tema foi levantado, no início desta semana, pelo ministro francês da administração interna, Gerald Darmanin, quando atacou dois dos mais importantes jogadores da seleção gaulesa de futebol - Antoine Griezmann (Barcelona) e Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain) por terem condenado veementemente (e bem) a violenta ação da polícia francesa na prisão de um produtor musical negro e terem-se feito esquecidos quando 98 polícias ficaram feridos, ao tentar controlar um manifestação contra a nova lei de segurança, que o governo quer implementar.
O Racismo é a discriminação baseada na cor e não na cor negra. É tão digno um produtor musical negro como um polícia branco. E depois há a lei a ordem, que é preciso respeitar, mesmo que não concordemos com ela, até porque está assegurado o direito ao protesto, mas não à violência nem à dignidade seletiva.
Num país democrático até as leis são revertíveis, basta elegermos alguém que esteja disposto a isso. A violência é má. Não tem "mas", porque tem alternativa. A dignidade do ser humano é um bem absoluto. Não há dignidade negra nem branca ou amarela. Muito menos dignidade famosa ou anónima, rica ou pobre.
A maior tristeza que este Tempo me causa é a tendência para tomarmos atitudes cívicas ou públicas tendo como principal objetivo sermos notados, participarmos numa espécie de eleição de gente cool, preocupada, digna e decente.
Não há mal nenhum em que a nossa posição seja pública, o que é perverso e egoísta é fazê-lo porque fica bem, porque queremos tirar dividendos disso. Seria bom que fosse público, quando fosse difícil de assumir para nós, e privado, quando a bendita da nossa imagem pudesse retirar disso qualquer benefício.
Esta preocupação com a imagem está a matar uma geração e um tempo tão capaz e tão inteligente, que dá pena ver tanta boa vontade e altruísmo cair aos pés da eterna vaidade.
Como diria Al Pacino no imortal "Advogado do Diabo",
A Vaidade é o meu defeito predileto.
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