Etiquetas

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

SE OS ALUNOS NÃO APRENDEM NO SEU PRÓPRIO RITMO, ACUMULAM LACUNAS


 Salman Khan, engenheiro eletricista e informático formado em Harvard e pelo MIT, recentemente premiado com o Prémio Péêmio Princesa de Astúrias de Cooperação 2019, conseguiu alterar o panorama educacional. 

Desde que criou em 2009 a Academia Khan, uma plataforma online gratuita de aprendizagem e sem publicidade (sem fins lucrativos), mais de 72 milhões de pessoas de todo o mundo seguiram alguma de suas 7.000 videoaulas, 100 horas de conteúdos que abrangem da aritmética básica à Revolução Francesa. Um dos seus modelos pedagógicos são os chamados mapas de conteúdos - um software que encontra conexões entre os temas e gera exercícios de forma automática. 

O segredo é criar as conexões certas! E estas são aquelas que fazem sentido para os alunos e não aquelas que fazem sentido para os professores ou educadores. 

Para o americano, a “grande falha” da escola tradicional é que o conteúdo é distribuído de forma fragmentada, em temas autoconclusivos, com todas as conexões cortadas. 

Para ela, “é mais fácil entender uma ideia se o aluno puder relacioná-la com outra que já conhece”. 

Pensemos, por exemplo, no estudo da genética na Biologia, sem relação com o cálculo de probabilidades na Matemática, embora sejam duas questões estreitamente relacionadas. Para este informático e estudioso das questões da Educação, “São divisões que limitam a compreensão e dão uma imagem errada de como funciona o universo”. Em sua opinião, essa forma de ensinar marca a diferença entre memorizar uma fórmula para uma prova (o que acontece na escola atual) ou interiorizar a informação e ser capaz de aplicá-la uma década mais tarde. 

Salmon explica que po problema da escola tradicional é que esta não não responde ao funcionamento do cérebro - “as redes neuronais funcionam com a associação de ideias, não com temas estanques”, 

E acrescenta ainda outro problema da escola tradicional: a mentalidade de que é preciso seguir o programa, respeitar o calendário. 

A questão é que a repetição é básica para a aprendizagem, e numa sala de aula normal não se retrocede à espera de que todos os alunos entendam; logo alguns ficam pelo caminho. No entanto, cada um tem um ritmo de aprendizagem diferente e se não aprenderem no seu ritmo, acumulam lacunas. Foi o que aconteceu com sua prima até ele decidiu começar a lhe dar aulas por telefone e a retomar várias vezes os conceitos que ela não assimilava, impedindo-a de entender outras questões matemáticas. Diante do sucesso, outros parentes pediram sua ajuda. O telefone já não era tão útil, então começou a fazer vídeos que publicava na Internet e que são o germe desta escola mundial onde a lousa com os exercícios não é apagada, está sempre na nuvem disponível para o aluno.

Sem comentários:

Enviar um comentário