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sábado, 7 de dezembro de 2019

A VERGONHA A QUE MERKEL SENTE É A MESMA QUE A ALEMANHA TEM?

«Lembrar estes crimes é uma responsabilidade que nunca termina. Pertence de forma inseparável ao nosso país. Estar ciente desta responsabilidade é parte da nossa identidade nacional, da consciência de nós próprios como uma sociedade livre, uma democracia. Não há palavras para descrever a nossa mágoa. Sinto profunda vergonha pelos pelos crimes bárbaros que aqui foram cometidos por alemães

Calcula-se que nos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau morreram um milhão de judeus europeus entre 1942 e 1944, assim como ciganos, polacos e prisioneiros de guerra soviéticos. 
No próximo mês de Janeiro, celebra-se 75 anos da libertação do mais famoso campo de concentração e extermínio da segunda guerra mundial, mas Angela Merkel preferiu visitar o campo agora, numa altura em que o antissemitismo volta a crescer na Alemanha fazendo soar o alarme de muitas campainhas.

A grande vantagem de Merkel para a maioria dos grande líderes mundiais é que as suas ações e palavras não visam apenas ficar bem na fotografia, mas brotam do seu sentir. As suas ações o confirmam ao longo dos vários mandatos à frente do mais rico e poderoso país da União Europeia. Ninguém como ela acolheu e defendeu os imigrantes, os refugiados vindos de África ou de zonas de conflito como a Síria, mesmo contra a opinião egocêntrica dos seus concidadãos. 

Diz Merkel: « Este local obriga-nos a manter a memória viva. Devemos lembrar os crimes que aqui foram cometidos e falar deles com clareza.»

Vinda da parte leste da Alemanha, Merkel sabe perfeitamente o que é ser olhado com desdém e desprezo, mas o cargo, a pressão social, a irrevogável arrogância alemã podiam-na ter feito esquecer o essencial, mas não. 
Vamos ter saudades de Merkel! Do seu pragmatismo, da sua saudável normalidade, da sua decência política e sobretudo da sua coragem e dignidade pessoal, política e histórica.

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