Basta que o feriado calhe ao fim de semana para que a última memória dele se apague. Já nem os maluquinhos das efemérides os recordam, porque a vida ganhou uma relatividade absoluta e assustadora.
A História deixou de interessar, como deixou de interessar os ensinamentos que trouxe ou as modificações que determinou. Houve um tempo em que comemoravam os acontecimentos marcantes da História de Portugal; depois eles passaram a merecer apenas um breve sinal institucional, até que chegou o tempo em que o esquecimento os engoliu.
Não gosto de pensar que pertenço a uma sociedade que retira a História do seu quotidiano.
Num primeiro de Dezembro como o de hoje, alguns portugueses fizeram questão de recuperar a independência de Portugal, retirando-o definitivamente das garras castelhanas.
Se hoje falamos portugueses, somos um povo e temos um território muito se deve a esse assomo de dignidade coletiva e histórica, corporizado em D. João IV.
Temos a obrigação de o recordar, de ensinar aos mais novos o seu feito assim como a importância do mesmo.
Sem memória histórica caminharemos inexoravelmente para outro suicídio coletivo.
E antes que isso acontece parece-me urgente parar as malfeitorias que estão a fazer à disciplina de História na Escola. Outrora uma disciplina nuclear no curriculum, tem hoje uma carga horária igual ou inferior a Educação Física. É impossível ensinar História de uma maneira minimalista. Precisamos de mais tempo de ensino de História para que os jovens percebam a importância de acontecimento como aquele que hoje devíamos ter assinalado.
GAVB
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