Chove há várias semanas em Portugal,
mas com intensidade há apenas três /quatro dias. Foi o bastante para cidades
como Amarante, Régua, Porto, Águeda ficarem inundadas. Foi o suficiente para
aldeias de Montemor-o-Velho ficarem parcialmente submersas, porque o dique não
aguentou a pressão das águas.
Vai ser assim sempre que chover
com alguma intensidade? Parece que sim, mas não tinha que ser assim. Dizem que
as barragens ajudam a regular o caudal, mas aldeias, vilas continuam a ser
inundadas. Então, é porque a sua capacidade regulatória é muito diminuta ou a
sua capacidade de armazenamento é reduzida e não consegue suportar uma semana
de intensa chuva. Ou então a construção nas margens de alguns rios foi
permitida sem atender à segurança de pessoas e bens em caso de chuvas intensas
para lá de uma semana.
Qualquer que seja o lado por onde
olho a resposta é sempre a mesma: incompetência, irresponsabilidade.
Não gosto de discutir culpas em
altura de crise ou desgraça, mas sinto que é preciso chamar os responsáveis por
determinadas decisões. Explicar às populações o quanto determinada decisão foi
errada e causou danos. Quem fez o quê e quem se encolheu, deixando andar, deixando
construir ou impedindo que se fizessem obras preventivas absolutamente
necessárias. Que as contas dos prejuízos se façam e que chamamos à
responsabilidade quem as causou.
Quando o país precisa da proteção
civil, ela tem falhado. Foi assim nos incêndios, é assim nas mini cheias.
Também desaparecem os pavões do costume, que usam os fins-de-semana para «trabalho
político» junto das populações. O que é isso de trabalho político? Jantares e
discursos ocos, com graçolas e ataques aos adversários políticos? Neste fim-de-semana,
muitos portugueses precisaram do trabalho político dessa gente, mas só
apareceram alguns Presidentes de Câmara, aqueles que realmente amam as suas
gentes e tentam resolver os seus problemas, impotentes perante a subida das
águas, sem poder nem meios para construir uma «muralha defensiva», para que a
história não se repita.
A proteção civil que temos é
diquezinho pronto a rebentar às primeiras enxurradas. Amesterdão e a Holanda
estavam desgraçados se tivessem governantes assim.
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