A falta de uma cultura de voluntariado é uma lacuna evidente na sociedade portuguesa. É certo que, nos últimos anos, os portugueses têm despertado para a importância do voluntariado, procurando inseri-lo no sentido que procuram para as suas vidas e por isso procuram organizações que baseiam a sua atividade cívica e social no voluntariado. No entanto, estamos longe de ter criado uma cultura de voluntariado, porque muitos dos voluntários acabam por desistir ao fim de algum tempo, normalmente quando o motivo específico que os levou ao voluntariado se extingue.
Para criar uma verdadeira cultura de voluntariado, na sociedade portuguesa, é essencial que ela nasça e crie raízes na Escola. Já existe o contexto teórico (a disciplina de Formação Cívica), agora há que torná-lo real, consistente e duradoiro.
Por outro lado, existem largas semanas de férias escolares espalhadas pelo ano civil, que podiam ser aproveitadas para duplicar ou triplicar as horas que os alunos das escolas portuguesas dedicariam ao voluntariado.
Os locais são vários e existem em todos os concelhos portugueses: misericórdias, centros de acolhimento, lares da terceira idade, hospitais, apoio aos sem-abrigo, vigilância das matas em épocas de grande risco de incêndio, creches, distribuição de comida e medicamentos a idosos acamados em suas casas... As hipóteses são muitas e perfeitamente exequíveis.
Numa altura em que a escola se transforma, sendo desafiada a uma maioria autonomia e flexibilização de conteúdos e práticas educativas, o voluntariado pode e deve constituir-se como uma proposta charneira dessa mudança.
GAVB
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