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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

CALOUSTE GULBENKIEN : MUITAS HISTÓRIAS POR DESCOBRIR E MITOS POR DESFAZER


Afinal, Calouste Gulbenkien não deixou a sua fortuna em Portugal porque amava Lisboa e Portugal, mas tão somente porque «calhou». Apesar de toda a propaganda que o Estado Novo criou à volta da lotaria cultural que lhe saiu, a verdade é que o multimilionário arménio ponderou criar a sua fundação noutros países como EUA ou Inglaterra, mas  escolhe recaiu em Lisboa, um pouco por «apatia», segundo demonstram documentos recentemente revelados no livro Jonathan Conlin, O Homem Mais Rico do Mundo - As Muitas Vidas de Calouste Gulbenkien, recentemente publicado, com o objetivo de assinalar os 150 do nascimento do maior benemérito da educação e cultura portuguesa.

Hoje é um dado mais ou menos consensual que a Fundação Calouste Gulbenkien desempenhou nos últimos sessenta anos um papel importantíssimo no desenvolvimento da cultura portuguesa, tornando acessíveis obras, estudos,  investigações nas mais diversas áreas do saber quer ao público em geral quer a estudantes e investigadores.

A obra de Conlin, agora publicada, é uma biografia importante sobre Gulbenkien e faz revelações curiosas sobre o arménio que viveu treze anos em Lisboa, mas nunca comprou cá casa, preferindo sempre o luxo do hotel. Este livro é pródigo em desfazer alguns mitos. Além do pretenso amor a Lisboa, o novo-iorquino que se licenciou em Oxford revela que Gulbekien afinal não subiu na vida a pulso, mas antes herdou uma fortuna considerável - 93 milhões de euros - que soube ampliar de modo extraordinário, sobretudo devido aos negócios do petróleo e aproveitando a sua excecional aptidão negocial. Foi essa qualidade fora do comum que o levou a adquirir peças de arte valiosíssimas, um pouco por todo o mundo, e que podemos admirar na sua Fundação sediada em Lisboa.

Sobre o homem e a sua rocambolesca história, o melhor é adquirir o livro do investigador britânico já à venda.

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