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sábado, 19 de janeiro de 2019

MÃE SOLTEIRA




 Tive um filho que era teu
mas quando me abandonaste
o filho ficou só meu
fruto apenas de uma haste.
Por ele passei as passas
Que ninguém há de passar
andei ruas corri praças
e o meu filho e o meu filho
e o meu filho e o meu filho
por criar.



Lá porque sou mãe solteira
não me atirem o desdém
amei de muita maneira
com amor de pai também
fui operária do meu corpo
mulher homem a lutar
eu não quis um filho morto
e o meu filho e o meu filho
sabe andar.



Sabe andar de pés no chão
com o olhar de quem perdoa
a um pai que disse não
porque um não já não magoa
à mulher que eu soube ser
foi pelo filho que tive
e agora o que acontecer
é porque o meu filho vive.



Se tu hoje queres voltar
sou eu que digo não
eu também lhe soube dar
a força que os homens dão
mãe solteira mas inteira
mulher que soube parir
tu não estás à minha beira
e o meu filho e o meu filho
e o meu filho e o meu filho
sabe rir.



 * Poema/letra de canção que José Carlos Ary dos Santos escreveu em 1981, para ser interpretado musicalmente por Maria Armanda.

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