Etiquetas

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

ESCOLAS NÃO FECHAM: OS ALUNOS SÃO DE BAIXO RISCO E OS PROFESSORES NÃO CONTAM

Quando ouço a argumentação hipócrita para não fechar as escolas, apesar de termos uma taxa de transmissibilidade altíssima, a tal ponto que há o real perigo do Sistema Nacional de Saúde colapsar brevemente, fico sempre com a ideia que, para muita gente, os professores e os auxiliares de educação não são pessoas.

A pandemia traz muitos constrangimentos e sofrimentos à vida das pessoas. Algumas delas deixaram de ter dinheiro suficiente para comprar comida, outras estão em risco que isso aconteça dentro de poucas semanas e muitas vivam da caridade de familiares e amigos. No entanto, a defesa da vida impõe-se mesmo a este estado de necessidade.

Quando há um confinamento geral do país, todos sofrem muitíssimo, mas é um preço a pagar para salvar vidas. O raciocínio parece não ser válido para as escolas, onde o facto da classe docente ser envelhecida não é tido em conta.


É verdade que os alunos são jovens e estes têm uma baixa taxa de contágio. Mas isso continua válido com a nova estirpe do vírus? O que têm a dizer os cientistas sobre isso? E sobre o risco de contágio dos adultos que trabalham nas escolas?


Quando se pensa nos lares e na perigosidade que eles representam não se pensa apenas nos idosos, mas também na restante população que lá trabalha, de tal modo que serão esses trabalhadores dos primeiros a receber a nova vacina. O mesmo não se aplica aos professores e funcionários da escola.

É certo que os jovens resistem bem melhor ao vírus que os adultos, mas não deixam de ser um veículo de transmissão privilegiado, pois todos os dias apanham autocarros, convivem, fazem atividades de grupo.

Com o confinamento das escolas, as aprendizagens perdem valor, como perde valor e rendimento o comerciante, o dono da oficina, um empresário da restauração.

Além do problema psicológico que muitos governantes têm com o facto de verem os professores em casa, mesmo que isso seja comum a grande parte da população, a verdadeira questão é económica e de falta planeamento.

O governo não manda os alunos para casa porque tem de pagar a muitos dos seus encarregados de educação para ficar com eles. Além disso, os famosos computadores com internet móvel (prometidos desde Março de 2020) continuam, na sua grande maioria, por entregar.


Dez meses sem colocar um computador, com internet nas mãos dos alunos carenciados, é muito tempo. É falta de planeamento e organização. E não devem ser as vidas dos professores que devem pagar a má preparação do ministério da educação.

Um país solidário não encolhia os ombros perante esta ideia governamental de deixar as escolas de fora do confinamento. E Portugal preciso de ser solidário, exigente consigo, assertivo e comprometido. Tudo coisas que faltam, infelizmente, ao governo de Portugal.

Gabriel Vilas Boas

5 comentários:

  1. Com a nova estirpe do virus, os jovens já não são um grupo de baixo risco. Além disso, os professores estão longe de serem jovens...tenho 65anos e há muitos como eu, a arriscarem-se sem distanciamento, com cerca de 30 alunos po sala, sem desinfecção suficiente por falta de pessoal auxiliar. Para já não falar nos transportes públicos e no no de interações que os jovens têm fora da escola...

    ResponderEliminar
  2. Efetivamente, nas escolas portuguesas só há alunos ... o resto é lixo!!!

    ResponderEliminar
  3. Claro que os professores não contam! Para quê? Não são gente?

    ResponderEliminar
  4. E as assistentes operacionais também não contam

    ResponderEliminar
  5. Não dão conta que as crianças são transmissoras de primeira ordem, até porque não utilizam máscaras nem obedecem regras e avisos dos auxiliares......

    ResponderEliminar