A pandemia traz muitos
constrangimentos e sofrimentos à vida das pessoas. Algumas delas deixaram de
ter dinheiro suficiente para comprar comida, outras estão em risco que isso
aconteça dentro de poucas semanas e muitas vivam da caridade de familiares e
amigos. No entanto, a defesa da vida impõe-se mesmo a este estado de
necessidade.
Quando há um confinamento geral do
país, todos sofrem muitíssimo, mas é um preço a pagar para salvar vidas. O
raciocínio parece não ser válido para as escolas, onde o facto da classe
docente ser envelhecida não é tido em conta.
É verdade que os alunos são
jovens e estes têm uma baixa taxa de contágio. Mas isso continua válido com a
nova estirpe do vírus? O que têm a dizer os cientistas sobre isso? E sobre o
risco de contágio dos adultos que trabalham nas escolas?
É certo que os jovens resistem bem
melhor ao vírus que os adultos, mas não deixam de ser um veículo de transmissão
privilegiado, pois todos os dias apanham autocarros, convivem, fazem atividades
de grupo.
Com o confinamento das escolas,
as aprendizagens perdem valor, como perde valor e rendimento o comerciante, o dono da oficina, um empresário da restauração.
Além do problema psicológico que
muitos governantes têm com o facto de verem os professores em casa, mesmo que
isso seja comum a grande parte da população, a verdadeira questão é económica e
de falta planeamento.
O governo não manda os alunos
para casa porque tem de pagar a muitos dos seus encarregados de educação para
ficar com eles. Além disso, os famosos computadores com internet móvel
(prometidos desde Março de 2020) continuam, na sua grande maioria, por
entregar.
Um país solidário não encolhia os
ombros perante esta ideia governamental de deixar as escolas de fora do
confinamento. E Portugal preciso de ser solidário, exigente consigo, assertivo
e comprometido. Tudo coisas que faltam, infelizmente, ao governo de Portugal.
Gabriel Vilas Boas