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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

O PROBLEMA NÃO É FECHAR ESCOLAS, O PROBLEMA É PROIBIR AS AULAS

        

Quando um político não ouve a ciência e a medicina, fica com uma pnademia incontrolável; quando um político não ouve professores e diretores de escolas, arrisca-se a perder um ano letivo. 


     Atualmente a morte Covid-19 corre à média de uma morte em cada cinco minutos, como a força de um rio em dias de chuva intensa. De braços caídos, os governantes esperam que pare de chover, aceitando as inundações da cave e do primeiro andar como uma inevitabilidade, apesar de todos sabermos que fora possível fazermos descargas controláveis, mas ninguém esteve disponível para controlar o natal, nem impor o fecho das escolas em janeiro. 

    O problema das escolas/aulas só é problema porque a opinião de quem lá trabalha não conta para nada há muito tempo. Tal como alguns estrangeiros ainda pensam que somos um país rural e atrasado, muitos portugueses continuam a achar que os professores queriam que as escolas fechassem para não fazerem nada. Logo eles que já nada faziam. Para muitos, só quando o pai ou o avô morre com o vírus que a filha ou o filho trouxe da escola é que acham que "tinha sido melhor fechar as escolas". São os mesmo que acham que o problema económico de Portugal está nos malandros que recebem o Rendimento mínimo, especialmente se forem ciganos. 

   

  Agora parece óbvio a muitos pais que os alunos deviam ter ido de férias a meio de dezembro e regressado em fevereiro, mas foi preciso morrer gente à porta do hospital para muitos jornalistas deixarem de dar voz ao presidente da confederação das associações de pais (que representa menos de 10% dos pais e tem um ordenado pago pelo governo) e ouvir o que os médicos lhes diziam. 

    Ninguém, nas escolas, espereva 15 dias de férias forçadas. Atrevo-me a dizer que poucos o desejavam, mas como o governo não sabe o que fazer, impede que aqueles que querem e podem continuar a trabalhar - alunos e professores - o façam, num ambiente de contigência. 

Em duas semanas não aprecerão 200 mil computadores, nem a pandemia abrandará significativamente, nem deixará de se morrer brutalmente por causa da Covid-19, mas ter-se-ão desperdiçado mais de sessenta aulas online para alunos que em junho terão exames.

      Os alunos do ensino secundário já têm os computadores do ministério da educação, mas não podem ter aulas à distância porque o governo não sabe o que há de fazer com os alunos do 1.º ciclo e do 2.º ciclo. O governo espera que a pandemia abrande como alguém que aguarda que haja uma aberta no mau tempo para passar entre os pingos da chuva. Entretanto já vai esaiando desculpas, como o facto de não haver no mercado tantos computadores disponíveis para uma compra do pé para a mão. Obviamente que não há 200 mil computadores para entrega imediata, mas houve nove meses para proceder a essa compra e nada foi feito. 

     

As escolas - professores, diretores, alunos e pais - já não nem pensam nas culpas de quem as tem, porque o momento é de trabalhar e não de lamentar. Em casa e online. Não podem todos? É verdade, mas quem vai fazer exames  pode. Já tem os meios. Não os obriguem a ficar parados para depois terem quatro meses seguidos de aulas, porque isso, sim, destrói a sanidade de qualquer um e prejudica a aprendizagem. 

 Daqui a duas semanas, não haverá computadores. Daqui a 15 dias, a pandemia continuará fortíssima. Não é preciso chegar a meio de Fevereiro para autorizar alunos e professores e continuarem o seu trabalho, nas condições possíveis. Não vamos ter  outras.

Gabriel Vilas Boas

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