Etiquetas

domingo, 18 de julho de 2021

NÃO QUEREMOS MIGALHAS

 Não há ideologia que resista à fome e à doença. Os cubanos estão sem medicamentos e sem alimentos e não apenas por causa do embargo dos ianques ou dos constrangimentos da Covid 19. Falta o essencial porque o governo comunista não permite (não permitia, pois agora permite mas em pequenas e isuficientes quantidades) que os cubanos trouxessem comida e medicamentos para dentro de Cuba.

Os cubanos perderam a paciência com um regime caduco, autista e egoísta; vieram para a rua, protestando contra a morte lenta de um povo que tem sede e fome de tudo,  a começar pela liberdade. 

Sente-se que, mais ano menos ano, o regime, corporizado pelos Castro cairá, pois é uma árvore seca, sem vida nem futuro, apenas atrapalhando o futuro de gerações de cubanos que têm de fugir da sua amada pátria para sobreviver. 

É dilacerante ver inúmeros cubanos chegarem a outros países, inclusive a Portugal, e pedirem a nacionalidade desses países,  como se estivessem zangados e desiludidos a sua pátria. Penso, por exemplo, no caso do atleta do triplo salto português, Pedro Pablo Pichardo, ou no tristemente malogrado andebolista Alfredo Quintana.

Não acho que tenham deixado de amar a terra onde nasceram, mas estavam fartos de mentiras, de vãs ilusões; tinham fome de liberdade e necessidade de comida. Precisavam de resgatar as suas vidas às mãos de uma ideologia que há muito deixou de fazer sentido. Cuba  é um velho general trôpego, perdido no seu labirinto de contradições tontarias. 

Ser revolucionário, hoje, em Cuba, é permitir que os cubanos escolham Cuba para viver e não sejam obrigado a permanecer em Cuba para morrer. 

Ironicamente, os cubanos cumprirão o desejo de Che Guevara - "HASTA  LA VITORIA, SIEMPRE!", derrotando aqueles que lhes prometeram a liberdade e a justiça e hoje os aprisionam num mundo que já não existe.

Como fazem sentido  nos dias de hoje as palavras de Diego El Cigala

"Y aunque tú
Me deseabas en el abandono
Y aunque tú
Han muerto mis ilusiones
En vez
De maldecirte con justo encono
En mis sueños te colmo
Y en mis sueños te colmo de bendiciones
Sufro la inmensa pena de tu extravío
Siento el dolor profundo de tu partida
Y lloro, sin que tú sepas que el llanto mío
Tiene lágrimas negras
Tiene lágrimas negras como mi vida"


Sem comentários:

Enviar um comentário