Não há ideologia que resista à fome e à doença. Os cubanos estão sem medicamentos e sem alimentos e não apenas por causa do embargo dos ianques ou dos constrangimentos da Covid 19. Falta o essencial porque o governo comunista não permite (não permitia, pois agora permite mas em pequenas e isuficientes quantidades) que os cubanos trouxessem comida e medicamentos para dentro de Cuba.
Os cubanos perderam a paciência com um regime caduco, autista e egoísta; vieram para a rua, protestando contra a morte lenta de um povo que tem sede e fome de tudo, a começar pela liberdade.
Sente-se que, mais ano menos ano, o regime, corporizado pelos Castro cairá, pois é uma árvore seca, sem vida nem futuro, apenas atrapalhando o futuro de gerações de cubanos que têm de fugir da sua amada pátria para sobreviver.
É dilacerante ver inúmeros cubanos chegarem a outros países, inclusive a Portugal, e pedirem a nacionalidade desses países, como se estivessem zangados e desiludidos a sua pátria. Penso, por exemplo, no caso do atleta do triplo salto português, Pedro Pablo Pichardo, ou no tristemente malogrado andebolista Alfredo Quintana.
Não acho que tenham deixado de amar a terra onde nasceram, mas estavam fartos de mentiras, de vãs ilusões; tinham fome de liberdade e necessidade de comida. Precisavam de resgatar as suas vidas às mãos de uma ideologia que há muito deixou de fazer sentido. Cuba é um velho general trôpego, perdido no seu labirinto de contradições tontarias.
Ser revolucionário, hoje, em Cuba, é permitir que os cubanos escolham Cuba para viver e não sejam obrigado a permanecer em Cuba para morrer.
Ironicamente, os cubanos cumprirão o desejo de Che Guevara - "HASTA LA VITORIA, SIEMPRE!", derrotando aqueles que lhes prometeram a liberdade e a justiça e hoje os aprisionam num mundo que já não existe.
Como fazem sentido nos dias de hoje as palavras de Diego El Cigala
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