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segunda-feira, 26 de julho de 2021

A INVENÇÃO DA PÍLULA

 

Desde os seus primórdios que a humanidade procurou controlar todos os aspetos da sua vida, e a sexualidade nunca foi exceção. Embora houvesse métodos contracetivos, utilizando curvas, por exemplo, só no século XX irá surgir o método contracetivo por excelência, tão eficaz que a sua comercialização levou a uma revolução: pela primeira vez  as mulheres passavam a ter o controlo da sua sexualidade e, por inerência, da sua vida.

Pode-se traçar a origem da pílula no ano de 1951, quando Margaret Sanger e Gregory Pincus se encontraram, e Margaret convence Pincus a  criar um medicamento contracetivo. Margaret Sanger era uma defensora dos direitos das mulheres, uma percursora dos planos de «controlo da natalidade», já Gregory Pincus era uma endocrinologista com créditos firmados.



John Rock - Margaret Sanger - KhaterineMcCormick

No mesmo ano, Carl Djarassi, químico a exercer na cidade do México, sintetiza e cria a contraceção química, mas não tem meios para a produzir e comercializar. Quanto a Pincus, no ano seguinte, 1952, conjuga esforços com John Rock, ginecologista, para começar a testar a pilula em seres humanos. Os testes começaram em 1954, financiados por Khaterine McCormick,  milionária, bióloga e ativista, e o resultado é definitivo: a pílula funciona. Dois anos depois, são conduzidos testes em larga escala em Porto Rico, onde as leis anticontracetivas eram mais frouxas. Apesar dos muitos efeitos secundários registados a pílula continuava a funcionar. 


Inventada que estava a pílula, havia então que a aprovar para comercialização, o que se revelaria moroso, pois trata-se de um medicamento revolucionário. A primeira aprovação  dá-se em 1957, mas apenas para tratamento de dores menstruais; o seu uso para fins contracetivos teve de esperar por 1960. O Enovid foi aprovado nos EUA pela Food and Drug Administration (FDA), e, a partir daí, o êxito foi estrondoso: ao fim de dois anos já 1,2 milões de americanas tomavam a pílula; um ano depois já eram 2,3 milhões. Em 1965, eram 6,5 milhões. No entanto, a par do êxito, veio também a polémica: em vários estados norte-americanos, a pílula foi ilegalizada, o papa condenou-a. Contudo, e apesar das vozes contrárias, a pílula instalara-se, e o seu uso generalizou-se com os anos. 

Na minha opinião, a pílula constituiu-se como um elementos fundamental da emancipação das mulheres, permitindo o seu acesso ao emprego em igualdade de circunstância com o homem. A pílula contribui de maneira decisiva para a criação de uma sociedade mais justa.

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