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sábado, 19 de outubro de 2019

ALUNOS PORTUGUESES ASSUMEM VIOLÊNCIA NA ESCOLA


Não, não são os professores a dizê-lo, mas os próprios alunos alunos a admiti-lo: a violência e a agressividade nas escolas portuguesas estão a aumentar, atingindo, em alguns casos, patamares nunca vistos.

Num inquérito recentemente realizado aos alunos portugueses, chegou-se às seguintes conclusões:
90% assumem já ter exercido violência psicológica sobre os colegas;
70% admitem ter agredido fisicamente um outro aluno;
11%  não tem pejo em afirmar que essa violência foi particularmente contundente e, em certos casos, envolveu armas;
2% refere que a violência teve contornos de cariz sexual.

Se estes dados não constituem um alerta vermelho para quem pode intervir[Ministério da Educação, Associações de Pais, Direções de Escolas, Professores, Associações de Estudantes, Comunicação Social], então é porque nos estamos a tornar perigosamente autistas perante uma realidade preocupante.

A agressividade e a violência nas escolas aumentou muito e isso deve-se, na minha opinião, a duas grandes causas: o desrespeito generalizado pelo Professor e a falta de auxiliares de ação educativa.
Como o governo, as associações de pais, a comunicação social fizeram crescer despudoradamente a desconsideração pelo Professor, é normal que os alunos tenham absorvido esse padrão comportamental e o tenham replicado. 
Chega a ser constrangedor observar a defesa da autoridade do professor, por parte de alguns alunos, completamente incrédulos com o nível de desrespeito a que alguns dos seus educadores estão sujeitos. 

Por outro lado, a falta de auxiliares de ação educativa é gritante. Os funcionários que se reformaram ou estão de baixa médica prolongada não são substituídos, em regra. O governo assobia para o lado e a população faz o mesmo, a não ser que o problema envolva o querido filhinho ou o querido netinho. 

Os professores já estão cansados de alertar, reclamar e sofrer. Agora apenas se aquietam, silenciosos, esperando que alguém responsável tenha alguma vergonha na cara ou que uma circunstância inusitada faça com que os Pilatos desta história sintam na pele o tamanho do monstrinho que ajudaram a criar.

Estou certo que o tempo fará alguma justiça aos professores e auxiliares de ação educativa, que muito deram e dão à Educação em Portugal, todavia essa momento chegará tarde para muito jovens, cujo futuro estará mais perto da delinquência, da agressividade permanente, do egoísmo selvagem.
O rio da indiferença engrossa e vaio cheio de detritos.
Gabriel Vilas Boas
        

4 comentários:

  1. olá, gostava de ter acesso a esse inquérito, onde o posso consultar?

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    1. Jornal de Notícias de 19 de Outubro de 2019

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    2. Obrigada, isso é a notícia (à qual não tenho acesso, não sou assinante), queria procurar o estudo que deu origem à notícia. Sabe qual foi a entidade que o promoveu? Obrigada.

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