Sem visita Pascal, sem missa da ressurreição, sem almoço de família, sem reencontros,a Páscoa parece mais pobre, contudo é possível que a nudez de rituais nos permita pensar apenas na sua essência e no que o momento significa para cada um de nós.
Os cristãos assinalam a ressurreição de Jesus Cristo, que é como quem diz a sua afirmação enquanto Deus. Verdadeiramente o cristianismo "começa" neste momento, apesar do Natal ser, afetivamente, o momento fundador da religião mais seguida pelos portugueses.
É à boleia desse acontecimento tão marcante na civilização ocidental que toda a tradição assenta. E, num momento em que nos confinámos com medo da morte, é bom perceber quanto gostamos de viver. Como lutamos com todos a nossa inteligência, com todo o nosso dinheiro, com toda a nossa tecnologia por esse milagre que é a vida humana.
A Páscoa é a celebração da vida! A Igreja Católica está certa quando alerta para a necessidade de defender a dignidade da vida em vez de nos contentarmos com a dignidade da morte.
Hoje, em todo o mundo, milhares de médicos e enfermeiros lutam como desalmados para resgatar imensas vidas às garras da morte e comovemo-nos com esse gesto grandioso.
Percebemos, finalmente, que a vida daqueles que amamos é sempre mais bela que qualquer morte gloriosa, mesmo que eles sejam velhos, doentes ou os tenhamos esquecidos durante anos. Eles são parte da nossa identidade e não queremos que partam porque com eles parte um pedaço de nós.
Percebemos, finalmente, que a vida daqueles que amamos é sempre mais bela que qualquer morte gloriosa, mesmo que eles sejam velhos, doentes ou os tenhamos esquecidos durante anos. Eles são parte da nossa identidade e não queremos que partam porque com eles parte um pedaço de nós.
Sentimo-nos impotentes porque não podemos fazer mais do que estar quietos e esperar, mas houve tempo em que pudemos fazer algo e não fizemos, como haverá altura em que voltaremos a ter oportunidade de atuar.
Que planos temos para essa altura? Daqui por um ano, provavelmente, haverá vacina para o vírus que nos confina, mas a fome continuará em muitos países continuará a desafiar a nossa consciência coletiva e os nosso pais e avós voltarão a interrogar-nos mudamente sobre a nossa ausência. Que vacina teremos contra essa desumanidade, que mata mais que qualquer pandemia?
Que planos temos para essa altura? Daqui por um ano, provavelmente, haverá vacina para o vírus que nos confina, mas a fome continuará em muitos países continuará a desafiar a nossa consciência coletiva e os nosso pais e avós voltarão a interrogar-nos mudamente sobre a nossa ausência. Que vacina teremos contra essa desumanidade, que mata mais que qualquer pandemia?
A questão que nos devemos pôr é Que faremos com a nossa vida quando voltarmos a ter nova oportunidade de a amarmos sem restrições?
Gabriel Vilas Boas.
Gabriel Vilas Boas.
Sem comentários:
Enviar um comentário