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quinta-feira, 30 de abril de 2020

GOVERNO DEPOSITA FUTURO DO PAÍS NAS MÃOS DOS PORTUGUESES


O governo deu ordem de desconfinamento gradual, a partir do início da próxima semana. Um anúncio tão aguardado como temido.
As condições mínimas de higiene e segurança parecem alcançadas, ao mesmo tempo que a economia pública e privada dá mostras de não aguentar muito mais. E é sobre isto que precisamos todos de pensar.

Durante sete semanas o governo "pagou" grande parte do confinamento a que obrigou a sociedade portuguesa, mas o dinheiro está a acabar. Não há mais nem haverá mais. Durante este mês e meio controlou satisfatoriamente a situação, contando com a ajuda de todas as forças partidárias, dos órgãos de comunicação social e, sobretudo, com a postura adulta e consicente da população. 

Até agora bastou estar quieto e ficar em casa. A partir de agora aumenta o nível de responsabilidade individual e coletiva. 
Adianta pouco "dar bitaites" sobre o que os outros têm que fazer, mas é fundamental ter uma atitude PESSOAL proativa de defesa face ao vírus.
Quem não apanhou o vírus até agora também pode continuar sem ele, basta ter a atitude pessoal certa: distância social, higiene, uso de máscara, redução das saídas ao mínimo indispensável e não ao prazer pessoal de cada um.

Se fecham mais ou menos empresas, se haverá mais ou menos desemprego, se os impostos aumentam ou ficam assim, se os salários baixam muito ou pouco, se haverá novo confinamento durante Junho, Julho e Agosto, se o próximo ano letivo será em casa ou nas escolas ____ tudo isso vai depender exclusivamente da atitude dos portugueses, ou seja, da minha atitude e da tua atitude.

Não vale a pena culpar o governo porque "abriu" o país cedo de mais, porque era melhor assim ou assado. Quem for inconsciente e tolo tanto o é agora como daqui as três semanas, como quem for sério, responsável e tiver a noção do que está em jogo (liberdade, emprego, salários, saúde, vida e morte...) também não precisa de mais avisos ou informações.

o país sempre teve excessos de treinadores de bancada. Agora são todos chamados a jogo. Não para treinar irresponsavelmente os outros, mas para jogar. A próxima jogada é nossa e ela nunca foi tão decisiva.

Gabriel Vilas Boas

segunda-feira, 27 de abril de 2020

YOUR LIFE IS YOUR LIFE


Your life is your life
don't let it be clubbed in dank
submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is light somewhere.
it may be not much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you
chances.
know them, take them.

you can't beat death
in life,
sometimes.

and the more often you
learn to do it,
the more light there will 
be.

your life is your life
Know it whole you have 
it.
your are marvelous
the gods wait to delight
on you. 

Charles Bukowski



domingo, 26 de abril de 2020

UM CARTAZ NAZI NA AMÉRICA DE TRUMP

Defender a vida é uma verdade de La Palice, por isso o mundo parou para tentar estancar os efeitos do COVID-19. 
No entanto há sempre quem ache que está acima da morte e prefira defender o risco absoluto porque a economia não pode parar.
Além dos milhares de mortos, em consequência da pandemia do COVID-19, o pior desta semana foi o cartaz de uma manifestante norte-americana anti-isolamento social, que passou numa televisão dos EUA, quando uma repórter fazia um direto de Nashville: "Sacrifiquem os fracos"!

Lembrei-me imediatamente do ideal nazi de Hitler. É triste vê-lo na América George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt, Abraham Lincoln, mas não é totalmente surpreendente vê-lo numa América que elegeu Donald Trump.

Apesar de toda a educação, de toda a evolução científica, de todas as viagens, de todas as lições da História, ainda há muita gente que não saiu da era da bestialidade. 

SACRIFICE THE WEAK  não é um caso isolado, não é uma ideia de um tarado, mas uma cultura de morte que cresce sorrateira dentro desta economia global, onde as pessoas interessam pouco. 
Passámos o século XX com regimes totalitários, de esquerda e de direita, que vendiam uma espécie de elixir da sociedade perfeita. Tivemos de viver anos para os derrotar, para derrubar os muros que eles criaram entre pessoas que se amavam, povos que se queriam conhecer, gerações que não puderam passar testemunho.

Hoje vivemos, supostamente, melhor, especialmente porque o totalitarismo se refinou: passou do ideologia política para um dos piores pecados da humanidade: a ganância. 
Toda a gente devia saber que o ganancioso passa a vida a sacrificar os mais fracos. 

Gabriel Vilas Boas

sexta-feira, 24 de abril de 2020

RETRATOS & TRANSFIGURAÇÕES

Esta fotografia, tirada pelo meu amigo e artista Antero de Alda, é a capa do livro Retratos & Transfigurações, da editora Fábrica da Poesia, 2015, e nele podemos ver como o Antero captou o rosto de gente anónima, onde a solidão, a angústia, o desespero, outras vezes o abandono estão retratados, de uma maneira extraordinária.

Hoje, retirei da estante este magnífico fotolivro para sentir novamente toda a humanidade que o Antero colocava em cada uma das suas criações. Fotografou dezanas de pessoas, esquecidas nos penedios de Trás-os-Montes ou nas planícies alentejanas, captando, como poucos, uma beleza derrotada pelas agruras de  vida.
Antero de Alda gostava muito de citar uma frase de Agostinho da Silva, "A vida para a arte é sempre breve, só quando não se faz nada há sempre tempo".
Ele criou imenso e de várias maneiras. 
Sinto imensas saudades dele! Da sua forma sensível de fotografar aquilo e aqueles em quem ninguém já rapara; da sua generosidade artística, da fraternidade dos gestos.

Olho com atenção as fotos deste livro, uma por uma, onde quase não há palavras... apenas rostos de gente cansada, triste, mas que transporta em si uma história, uma vida, uma memória que também é a história e a memória de um povo.

Termino com um excerto do poema Transfiguração, de Miguel Torga, que o Antero escolheu para abrir o seu livro.

Tens agora outro rosto, outra beleza: 
um rosto que é preciso imaginar,
e uma beleza mais furtiva ainda...
Assim te modelara, caprichosas, 
mãos irreais, que tornam irreal
o barro que nos foge da retina.

(...) Neste novo encanto 
te conjuro 
que permaneças.
Nenhum mito regressa...
Todas as deusas são mulheres ausentes.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

EM PORTUGAL ABUNDAM AS DISCUSSÕES ESTÉREIS E INÚTEIS, MAS FOGE-SE DOS ASUNTOS IMPORTANTES


Portugal está a sair-se razoalvemente bem no combate à pandemia da COVID-19, embora esteja a demorar a descer do planalto e não perceba que se prepara para patinar fortemente, em todas as frentes, quando chegar o verão.

Talvez por estarmos todos confinados, é mais fácil reparar nas nossas maleitas coletivas, que realmente ditam o nosso atraso para países do «nosso campeonato», como são a República Checa ou até a Aústria, cuja abordagem à pandemia  e à reestruturação económica deviam ser motivo de atenta análise pelos portugueses.

Entretanto estamos entregues às nossas discussões inúteis e estéreis como se não houvesse assuntos interessantes para discutir e decidir, mesmo em confinamento, ou, sobretudo, porque estamos em confinamento e, provavelmente, todos iremos passar grande parte do ano, como estamos.

Que sentido faz discutirmos, como grande assunto, as comemorações do 25 de Abril, se a nossa liberdade está ameaçada por um vírus para o qual não há vacina? Zero de sentido! 
Se há alguém que o vai assinalar, numa Assembleia da República semi-vazia, isso em nada altera o facto de a populção estar presa em casa, há mais de um mês e assim irá continuar.

Também nenhum sentido faz as discussões sobre quando irá recomeçar o futebol, como se isso importasse alguma coisa, quando em jogo está a vida de milhares e milhares de pessoas. 

Enquanto continuarmos bovinamente a discutir que o Norte foi desconsiderado pela TVI e não pararmos de bater palmas aos médicos e enfermeiros, deixamos de analisar e discutir  o que faremos quando nos reabrirem as portas.
E há coisas muito importantes para decidir!

Precisamos de reconverter, pelo menos por um ano, algumas das nossas pequenas e médias empresas à economia emergente da pandemia. Onde anda o ministro da economia? Em negociações com os empresários para alinharem a sua produção com as novas ncessidades do país? Ou vamos deixar isso à filantropia dos agentes económicos que vão fazer máscaras por caridade, mas entretanto mandam trabalhadores para o desemprego?


Que proposta temos para reconverter, por um ano, o setor da restauração e hotelaria? Sim, porque  é bom de ver que poucos serão aqueles que arriscarão entrar em hotéis, restaurantes e café em Julho, Agosto ou Setembro.

Que regras sociais queremos que nos sejam impostas? Uso obrigatório de máscara para toda a gente que anda na rua? Ou fica ao critério do bom senso de cada um? Se for pelo bom senso, já estou a ver a bitola: basta ir ao supermercado, para perceber que depois de cinco semanas de confinamento obrigatório, continuamos a produzir 650 novos infetados por dia. Onde é que esta gente arranjou a sua contaminação? 
Não será o "bom senso" desta gente que está a atrasar o nosso regresso à normalidade e à afundar a economia, levado a que o Estado vá ao charco antes do fim do verão? 

Porque terão de ser os velhos dos lares, que já estão confinados há vários anos, a pagar com a vida a incúria de muita gente que acha não é sua a culpa, mas realmente é?

Já devíamos estar a produzir o nosso futuro, mas preferimos discursos inúteis para comemorações sem sentido. É triste!

E isto não vai lá só com discursos mansos, porque a frouxidão nunca trouxe bons resultados.

GAVB

quarta-feira, 15 de abril de 2020

ESTARÃO DE VOLTA ÀS ESCOLAS OS COMPUTADORES MAGALHÃES?

Aproveitando a oportunidade aberta pelo forçado ensino à distância, a empresa JP Sá Couto, que há mais de uma década saltou para a ribalta como a produtora dos famosos computadores "Magalhães", para os alunos do 1.º ciclo, e de outros computadores de baixo custo, para os restantes alunos do ensino básico, disponibilizou-se  para suprir a falta de computadores, que milhares de alunos do ensino público português, dizem não ter.


A ideia parece boa, não fosse o JP Sá Couto ser uma espécie de "empresa maldita", ligada ao esplendor do socratismo. Talvez por isso, não tenha sido contactada pelo governo, para este novo projeto tecnológico que se adivinha para o próximo ano letivo... nem o venham a ser. 

O mais engraçado é como não há outras empresas portuguesas, de base tecnológica, que se "cheguem à frente" e ofereçam o seu know how e a sua capacidade produtiva, para suprir esta falha, em três/quatro meses. 
Por outro lado, também não deixa de ser curioso que a empresa JP Sá Couto apenas tenha conseguido vender este tipo de projeto para países como o Quénia, a Bolívia, o Uruguai e a Argentina. 


O que parece óbvio é que precisamos de equipar rapidamente os alunos mais carenciados e sem computador, para um possível ensino à distância, durante o próximo ano letivo, porque o mais certo é que novos surtos da pandemia COVID-19 possam obrigar a novas paragens.

Agora há que definir alguns princípios: bastas-nos um projeto semelhante ao do E-escolas ou queremos outro, mais capaz, bem equipado, fiável e, obviamente, mais caro? Que responsabilidades devem adquirir os alunos perante esses equipamentos? Que tipo de empresas devem ser acolhidas a concurso? Só as portuguesas, ainda que mais caras?

Além dos alunos carenciados, convinha ainda não esquecer os professores, que não sendo carenciados não são a santa casa da misericórdia nem têm isenção de impostos como as fundações e por isso não devem estar a custear o ensino à distância usando a sua internet, os seus computadores pessoais e outros materiais tecnológicos para produzir conteúdos pedagógicos adequados. 
Se houver um novo projeto tecnológico de cobertura total dos alunos portugueses, este deve contemplar igualmente os professores, equipando-os com os materiais necessários para um trabalho de qualidade.

Gabriel Vilas Boas

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O ENFERMEIRO PORTUGUÊS

Luís Pitarma é o enfermeiro português do momento. Não presta serviço em Portugal, não ajudou a salvar uma quantidade inusitada de vítimas do Covid 19, mas cometeu a proeza de tratar tão bem o primeiro-ministro inglês Boris Johnson que recebeu deste um merecido elogio público.

Em Portugal, durante as últimas horas teve honras de herói nacional e até Marcelo Rebelo de Sousa resolveu telefonar-lhe. 
Sinceramente, acho todo este mediatismo, em especial o telefonema do Presidente da República português, uma enorme parolice. 

A culpa não é, obviamente, do jovem enfermeiro português, que fez o seu trabalho, como milhares de outros colegas seus,  tratando Boris Johnson com o mesmo cuidado e profissionalismo com que tratou centenas e centenas de outros pacientes. Se ninguém desejava mal a Boris Johnson, apesar de discordar das suas atitudes iniciais face a este pandemia e face ao papel que o Estado deve ter na saúde pública, porque a humanidade se sobrepõe a qualquer ideologia ou consideração pessoal, também é tonto fazer da pessoa que o ajudou a recuperar um herói. 

Luís Pitarma é, provavelmente, um profissional exemplar, mas fazer dele um herói é insultar o esforço desumano que milhares de colegas seus têm feito nas últimas semanas para salvar vidas. 
Também me parece intelectualmente desonesto falarmos dos magros salários dos enfermeiros (que realmente são magros), face a outras profissões ou até a enfermeiros de outros países.  


Os enfermeiros portugueses ganham mal face aos ingleses? É verdade, como acontece com o mecânico, o padeiro ou o homem da recolha do lixo. Todos estes são importantes, muito importantes. Felizmente, a grande maioria de nós tem a inteligência para o perceber sem que seja necessária qualquer crise sanitária ou alimentar. 
Discutir quem é mais importante, quem é mais essencial, em alturas como esta, é ter um discurso à Trump, Johnson ou Bolsonaro. Cria uma estratificação social que tanto dizemos combater mas que tanto impulsionamos. 

Isto não quer dizer que não precisemos de fazer alterações, porque precisamos de as fazer, mas não agora, nem ditadas por impulsos afetivos e psicológicos.
Daqui a pouco tempo, teremos de discutir a economia. Esse será o momento de discutir o salário dos enfermeiros, dos padeiros, das assistentes de clínicas, dos técnicos da segurança social e muitos outros. Apenas temos de ter a consciência de que o país já está mais pobre e endividado do que estava há dois meses, que os patrões têm menos dinheiro para salários e alguns deles não têm mesmo possibilidade de continuar a atividade económica. 
É com base nisso, e não naquilo que gostaríamos que fosse, que teremos de fazer as nossas opções e sugestões. 

Quanto ao enfermeiro Luís, teria sido melhor que apenas fosse um símbolo do bom serviço que os enfermeiros estão a prestar à população em todos os países no mundo. E isto ter sido o suficiente porque é uma grande honra servir o outro.
Gabriel Vilas Boas

domingo, 12 de abril de 2020

QUE FAREMOS DA NOSSA VIDA QUANDO A VOLTARMOS A TER NA MÃO?

Sem visita Pascal, sem missa da ressurreição, sem almoço de família, sem reencontros,a Páscoa parece mais pobre, contudo é possível que a nudez de rituais nos permita pensar apenas na sua essência e no que o momento significa para cada um de nós. 

Os cristãos assinalam a ressurreição de Jesus Cristo, que é como quem diz a sua afirmação enquanto Deus. Verdadeiramente o cristianismo "começa" neste momento, apesar do Natal ser, afetivamente, o momento fundador da religião mais seguida pelos portugueses. 

É à boleia desse acontecimento tão marcante na civilização ocidental que toda a tradição assenta. E, num momento em que nos confinámos com medo da morte, é bom perceber quanto gostamos de viver. Como lutamos com todos a nossa inteligência, com todo o nosso dinheiro, com toda a nossa tecnologia por esse milagre que é a vida humana. 
A Páscoa é a celebração da vida! A Igreja Católica está certa quando alerta para a necessidade de defender a dignidade da vida em vez de nos contentarmos com a dignidade da morte. 

Hoje, em todo o mundo, milhares de médicos e enfermeiros lutam como desalmados para resgatar imensas vidas às garras da morte e comovemo-nos com esse gesto grandioso. 

Percebemos, finalmente, que a vida daqueles que amamos é sempre mais bela que qualquer morte gloriosa, mesmo que eles sejam velhos, doentes ou os tenhamos esquecidos durante anos. Eles são parte da nossa identidade e não queremos que partam porque com eles parte um pedaço de nós.

Sentimo-nos impotentes porque não podemos fazer mais do que estar quietos e esperar, mas houve tempo em que pudemos fazer algo e não fizemos, como haverá altura em que voltaremos a ter oportunidade de atuar. 

Que planos temos para essa altura? Daqui por um ano, provavelmente, haverá vacina para o vírus que nos confina, mas a fome continuará em muitos países continuará a desafiar a nossa consciência coletiva e os nosso pais e avós voltarão a interrogar-nos mudamente sobre a nossa ausência. Que vacina teremos contra essa desumanidade, que mata mais que qualquer pandemia?

A questão que nos devemos pôr é Que faremos com a nossa vida quando voltarmos a ter nova oportunidade de a amarmos sem restrições?  

Gabriel Vilas Boas.

sábado, 11 de abril de 2020

AMAR É ACEITAR A IMPERFEIÇÃO

Vivemos numa época em que triunfam produtos como o café sem cafeína, a cerveja sem álcool, a manteiga sem gordura. 

Segundo o filósofo esloveno Zizek, a sociedade tornou-se politicamente correta. 
Atualmente há um excesso de "boa onda". Temos de dizer as coisas com tato, num tom conciliador, para que ninguém se ofenda.
Não nos queremos queimar ou ser desagradáveis. 

Queremos ser o mais puros e educados possível.
Por isso, Zizek confia no AMOR.
Porque o Amor é das poucas coisas capazes de nos abanar e chamar de volta à realidade.
Sabemos que há coisas que não podemos dizer, sentimentos que não podemos ferir.
Mas não podemos agir sempre como se fôssemos umas almas puras.

AMAR É ACEITAR A IMPERFEIÇÃO

E se tiverem de dizer ao vosso par, a um amigo ou aos vossos pais aquilo que pensam, mesmo que seja incómodo, digam-no.
Porque isso liga-nos à realidade. 
A realidade está repleta de verdades incómodas, de contradições e, sobretudo, de crueldades.

Todos conhecem a frase: "Digo-to, porque te amo!"

Entre pais e filhos, amigos e casais, pode haver crueldade. O amor pode ser cruel.