A cidade de Paris inaugurou, hoje, uma rua com o nome da artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908 -1992), situada no 14.º bairro da capital francesa, a seiscentos metros da ponte de Vanves, na zona do Montparnasse, onde a pintora passou grande parte da sua vida.
Esta inauguração oficial insere-se dentro do projeto de requalificação de uma das zonas deste bairro parisiense, situado na margem esquerda do rio Sena.
Além da portuguesa Vieira da Silva, outros artistas darão nome a várias artérias desta zona, agora com nova cara.
Para a arte portuguesa é sempre uma satisfação ver o nome de uma das maiores artistas plásticas portuguesas «cravado» na toponímia parisiense. Uma maneira de imortalizar um dos nomes maiores da nossa pintura.
Maria Helena Vieira da Silva e o marido, Arpad Szenes, dão igualmente nome a uma fundação, em Lisboa, e a uma escola, em Carnaxide.
Curiosamente, a União Astronómica Internacional batizou uma cratera de Mercúrio com o nome da artista portuguesa, que também partilha com o marido a nacionalidade francesa.
Apesar de estarmos à porta de um novo ano letivo e de isso coincidir com eleições legislativas (altura em que a classe política se esforça um bocadinho por prometer aquilo que não cumprir no passado), reina entre os professores uma calma angustiante de quem já nada esperada de bom, de quem perdeu a esperança em dias melhores quer para a sua classe profissional quer para a Educação, de quem espera, apenas, que a luz se apague com a dignidade possível.
Ao fim de quatro décadas de escola pública, em democracia, os professores não perceberam bem o tipo de português que formaram nem o que eles verdadeiramente esperam da Escola.
A Escola de tudo para todos, da melhor qualidade possível e pública não é um bem essencial para a maioria dos portugueses. É um bem que os portugueses desdenham e não acham de grande preço, como também desdenhavam o médico do centro de saúde em relação ao do consultório privado.
Outra ideia enraizada na sociedade portuguesa é que os professores trabalham pouco e ganham muito (para aquilo que fazem). De nada valem argumentos contrários, provas, factos, exemplos.
Ser reivindicativo, lutar por direitos laborais equilibrados também é muito mal visto. A maioria dos portugueses gosta mais da autoridade do que da justiça e fica até um pouco irritada e enciumada quando um grupo profissional luta abertamente porque aquilo que acha justo e alcança os seus objetivos.
O que traz vantagem atualmente em Portugal? Ser sonso.
Fingir uma preocupação que não se tem, atribuir um estatuto e importância sociais a determinadas sociais apenas em discurso, sorrir pela frente e ameaçar nas costas (ver o caso dos juízes e magistrados), apoiar publicamente os poderosos (governo, patrões, grupos económicos) sempre com o objetivo de aproveitar futuros migalhas públicas.
Queixar-se, queixar, queixar-se é «coisa» abominável e desprezível para a maioria dos portugueses. Os portugueses preferem pagar no privado aquilo que podiam e deviam ter gratuitamente no público. Possivelmente pensam que começam logo aí a cavar uma diferença para os demais. É uma maneira egoísta de construir o futuro dos filhos, mas é a que existe.
O problema da geração de professores formada no século XX é que não percebeu que o país está muito mais individualista, sem nunca ter deixado de ser sonso. Resta-lhe esperar o fim.
Sobre as nuvens negras que pairam sobre o futuro da Educação? Na verdade, já não nos dizem respeito.
A obra “Monkey Parliament” de Banksy apareceu pela primeira vez na sua icónica exposição no Museu de Bristol, em 2009.
“Monkey Parliament” é uma ilustração daquilo a que alguns podem chamar um assomo cínico e ingénuo de iconoclastia política. Na Câmara dos Comuns, no edifício do Parlamento britânico, os representantes eleitos estão reunidos para expressar as suas opiniões. Mas, ao contrário do organismo governativo real, os membros do parlamento de macacos estão prontos a atirar bananas uns aos outros. Embora esta montagem de macacos eleitos se comporte de forma adequada, existe uma tensão no ar.
O aparecimento da obra de Banksy, criada em resposta ao escândalo nacional com a participação de deputados que distorceram as suas declarações de despesas, coincidiu com o crescimento da insatisfação política.
A obra também lembra uma história de Franz Kafka, um notável escritor do início do século XX, intitulada “Relatório para uma Academia”, na qual um macaco se dirige a um conselho científico com uma pergunta sobre a sua integração na sociedade humana.
Embora a história de Kafka fosse uma acusação sobre os requisitos de assimilação étnica, a obra icónica de Banksy é um pouco mais direta: os seus representantes eleitos fazem de si um macaco.
Hoje, a rainha de Inglaterra aceitou o pedido do primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, e suspendeu o Parlamento britânico até meados de Outubro, ou seja, a escassos dias da data limite para a saída da Inglaterra do União Europeia.
Com esta pedida, a rainha e o governo tratam os representantes do povo como verdadeiros macacos, impedindo-os de criar legislação que obrigasse o governo inglês a uma saída negociada da UE.
Além de inconsciente, esta decisão real manifesta um profundo desrespeito pelo seu povo. Lamentável.
“Love is in the air” (também conhecido por “Flower Thrower”) é talvez uma das obras mais famosas de Banksy. Alguns negociantes de arte e leiloeiros fazem vários inquéritos ao público. Um deles, realizado em 2017, revelou que mais da metade dos inquiridos reconhece esta obra de Banksy sem precisar de qualquer tipo de pista.
Nela, o artista retratou um participante num protesto de rua, cujo rosto está oculto por um lenço. À primeira vista, parece que está a atirar um cocktail Molotov. Mas, se olharmos com mais atenção, podemos ver que na realidade está a segurar flores.
Banksy criou a primeira imagem como esta em 2003, na sua primeira viagem à Palestina. O seu guia disse-lhe que ninguém estaria a ver por trás do muro. E, quando o artista terminou o seu trabalho, riu-se para o guia – claro que o muro é constantemente observado, já que está na mira dos snipers. Quando não gostamos de uma coisa, protestamos, às vezes saímos à rua para expressar o nosso descontentamento, para que as autoridades nos ouçam.
Mas, muitas vezes, esse descontentamento foge do nosso controlo e transforma-se numa verdadeira guerra, na qual, como em qualquer outra, não há vencedores nem vencidos. Um ramo de flores em vez de um cocktail Molotov nas mãos do atirador significa que qualquer mudança deve ser alcançada através de meios pacíficos, caso contrário provoca uma violência ainda maior.
A imagem de um homem serve para nos lembrar os ativistas rebeldes da década de 1960, que trouxeram slogans de oposição às ruas de Paris e tornaram-se os antecessores da arte de rua.
Ou talvez o artista quisesse dizer que protestar contra os regimes capitalistas ou militares é tão útil como atirar flores nas manifestações. Dizem com frequência ao artista que as suas obras são cínicas e sarcásticas. Talvez sejam, mas há uma coisa pela qual ele não pode ser censurado – por não dar às pessoas uma oportunidade para pensar, para tentar entender o significado do que veem. “Você decide!” – diz-nos Banksy mentalmente, vezes sem conta.
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
Sherly Crow anuncia o fim da carreira. No final deste mês sai o seu último álbum – THREADS – e a cantora refere, numa entrevista ao The Guardian, que será o último.
É um fim algo incompreensível, até porque Sherly Crow tem apenas 57 anos e mantém muitos dos seus atributos vocais intactos. No entanto, já não se acha suficientemente sexy para continuar a atrair jovens fãs aos seus concertos.
Na entrevista ao jornal britânico, nota-se que Sherly está desencantada com o mundo da música, revelando algum ressentimento com as “regras do jogo”:«Uma das coisas mais injustas na indústria é que os homens podem atuar para miúdas novas e ainda serem considerados sexy.”
Curiosamente durante 40 anos, Sherly Crow não se queixou das regras do jogo. Nunca se questionou por que razão lhe pagavam mais do que aos seus colegas, ainda que tivessem talento igual.
Acho uma pena este provável abandono da cantora norte-americana, mas ainda mais penoso é observar a sua argumentação – “Deixei de ser sexy!”
Na entrevista ao The Guardian, Sherly Crow junta-se ao coro das assediadas sexualmente no mundo do espetáculo (movimento Me too) e sugere que as acusações de pedofilia contra Michael Jackson podem ser verdadeiras, no entanto não tem a coragem de concretizar nenhuma delas.
Mais uma vez, Sherly alude à sensualidade e ao corpo como elementos fundamentais no sucesso de uma mulher na carreira artística. É uma alusão indireta, algo cobarde e, sobretudo, incorreta.
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Comeste tipo de argumentação, Sherly Crow não atrai simpatia nemsequer comiseração, mas consegue desqualificar-se. A maioria dos seus verdadeiros fãs gosta da sua voz, da sua capacidade interpretativa e não apenas do seu esbelto corpo. Era nesses talentos que ele devia apostar, prosseguindo a sua carreira musical ou cinematográfica, num outro registo. E ela tem talento e capacidade para tal.
Lamentar-se de uma putativa desigualdade face aos colegas do sexo masculino fica-lhe mal, além de ser mentira. Também um cantor de sessenta anos não consegue entrar num público adolescente ou jovem. Tem outro tipo de público, provavelmente aquele que o acompanhou ao longo da sua vida artística, que aprecia o seu talento musical e não apenas uma cara bonita ou um corpo apelativo.
Mais do que perceber e aceitar as regras do jogo do mundo do espetáculo, Sherly Crow precisa de aceitar achegada da velhice e perceber que mesmo uma mulher madura pode continuar em palco, desde que se concentre no seu talento e o desenvolva oureinvente. GAVB
Todos já tivemos discussões ou acontecimentos maus, com pessoas
que amamos muito. Todos também sabemos as consequências que algumas dessas
discussões e acontecimentos podem alcançar.
Ficamos magoados quando sentimos tristeza por algo que nos
desagradou de forma profunda.
É sabido que o ser humano nasce com instinto de atacar quem o
agrediu. Quando somos magoados, temos tendência a magoar, quem nos
magoou.
E são tantas as vezes que, numa discussão ou num mal-entendido
entre duas pessoas, são proferidas frases e ações com o único propósito de
magoar o outro por forma a vingar a nossa autoestima. Mas a autoestima jamais
vingará. E quem acaba por vingar, é a mágoa. E toda a mágoa gera deceção.
A deceção é o escoar da admiração. E quando a admiração acaba,
todo o sentimento morre! Amores que se separam, amizades que acabam. Confiança
que se quebra.
E quando damos conta, acabamos por responder a um único propósito,
que não será mais que a destruição da admiração e do amor, que o magoado sente
por quem o magoa!
Por isso sempre que nos sentimos magoados, e tomamos a decisão de
vingar a nossa autoestima, jamais iremos alcançar o nosso objetivo.
Enquanto esbanja dinheiro com empresas familiares, o governo português prepara-se para reduzir o montante das bolsas de estudo, para mestrados e doutoramentos, a alunos com deficiência superior a 60%.
A partir do próximo letivo, o governo apenas apoirá os mestrados e doutoramentos dos alunos deficentes com um valor máximo de 872 euros, ou seja, o valor do apoio à licenciatura.
Ora a propina anual dos mestrados e doutoramentos é superior à propina da licenciatura e o governo costumava pagar 100% da propina anual destes. A partir de setembro isso deixará de acontecer. Incompreensível!
O presidente da Federação Académica do Porto já reagiu, acusando o governo de "insensibilidade social e calculismo".
Pegando no exemplo de um mestrado de Engenharia na universidade do Porto, o custo será de 3000 euros anuais, ou seja, o aluno terá suportar mais de 2100 euros, cerca de 70% do custo total.
O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo,
ele mesmo, Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas
— Essas e o que falta nelas eternamente —; Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada — Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...