Colocar um robô numa caixa de supermercado, num banco, numa repartição pública, num posto turístico ou numa sala de aulas será dos maiores erros que a humanidade cometerá contra si própria e rapidamente se tornará num monstro incontrolável.
O problema mais óbvio é não arranjarmos colocação para os milhões e milhões de pessoas que perderão o seu emprego e de imediato entrarão numa situação económica, social e psicológica degradante.
Se agora o continente mais rico e solidário do planeta não consegue absorver umas centenas de milhar de refugiados do norte de África, deixando-os morrer cruelmente no Mediterrâneo, como conseguirá atender à vaga brutal de tomada de postos de trabalho qualificados por robôs com inteligência artificial?
Obviamente este exército de robôs inteligentes e telecomandados não chegará apenas para colmatar as vagas que os humanos não podem ou não querem preencher, mas essencialmente para substituir pessoas.
Outro enorme perigo da institucionalização da inteligência artificial é ela ser dominada e manipulada por um grupo muito restrito de pessoas que a passarão a usar como uma forma de submeter e oprimir grande parte da humanidade.
É assustador pensar que grande parte da formação das gerações futuras pode ser dada por robôs com inteligência artificial, programados segundo determinados padrões de pensamento e comportamento.
Esses milhões de pessoas formados e formatados pela inteligência artificial, controlada por essa pequena elite humana, terão comportamentos muito pouco livres, pois o seu contacto com humanos imperfeitos, contraditórios e livres pensadores será muito reduzido.
A inteligência artificial acentuará a desumanidade e o egoísmo em que a maioria dos povos vive, apesar de tanta viagem turística, e tornará a vida sentimental da maioria das pessoas insípida. Já não haverá desilusão, porque a própria ilusão será uma memória longínqua.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário