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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A CP NÃO SERVE O PORTUGUÊS NEM APROVEITA O TURISTA


Nos últimos tempos, a CP (Comboios de Portugal) tem sido alvo de várias críticas, pelo seu mau funcionamento, péssimo serviço, alterações inexplicáveis de horários a meio do verão. Além de não haver ninguém na CP que explique mudanças, assuma responsabilidades ou justifique falhas, o que mais me admira é a falta de estratégia comercial e o péssimo aproveitamento do motor da economia portuguesa – o turismo.

A CP para uso doméstico dará sempre prejuízo, mas o mesmo aconteceria com outros setores da economia portuguesa se não abrissem os olhos para a nova ordem mundial, que cada vez mais traz gente em movimento. Em Portugal, todos os dias, aterram dezenas de milhares de turistas. Muitos deles já conhecem Lisboa e Porto e têm um desejo enorme de descobrir outras cidades, como Aveiro, Braga, Guimarães, Évora, Viseu, Coimbra… E que faz a CP para colocar um turista que aterra em Lisboa rapidamente em Aveiro, Coimbra, Viseu, Évora ou Guimarães? Nada! 

Um turista que visita o nosso país já percorreu várias cidades europeias e está habituado a chegar a um grande gare de uma capital ou de uma cidade importante de um determinado país e ter comboios rápidos, com várias opções de horários, para os pontos turísticas mais importantes desse país. Isso não acontece em Portugal. 
Se estou em Lisboa, e resolvo fazer uma incursão até Guimarães chego às 15 horas e 40 minutos! O que é que lá vou fazer se duas horas depois tenho de partir? 
A CP só tinha a ganhar em estabelecer parcerias com os principais operadores turísticos de cada cidade, de maneira a colocar até às 10.30/11 horas qualquer turista que aterrasse em Lisboa, Porto, Faro nas cidades portuguesas mais visitadas pelos estrangeiros que visitam o nosso país. Comboios rápidos e sempre a circular.

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O turismo começou a salvar e a reconverter a economia nacional. As cidades que o souberam aproveitar deram um salto muito grande a nível económico e hoje atraem investimento com muito mais facilidade. 
Os Comboios de Portugal ignoraram por completo o turista e estão a perder uma  oportunidade de se tornarem sustentáveis, melhorarem a qualidade do serviço, constituírem-se com um parceiro estratégico do alavancar da economia nacional. 
Podiam ser a solução ideal da mobilidade turística num país pequeno e todo ele encostado ao litoral, mas preferem continuar a ser um problema, por falta de estratégia e ousadia comercial.
gavb


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