"Recuperação das aprendizagens não será com horas a mais!" Parece que alguém começa a ver claro no governo, a propósito do que está a correr mal na tentativa de fazer frente aos efeitos negativos da pandemia na educação.
Os alunos seguem, à longos meses, fechados, em casa ou na sala de aulas. São horas e horas em frente ao ecrã ou aos manuais. Precisam de aprender melhor, não serem assoberbados de trabalho e mais trabalho, como se o problema fosse a quantidade e não a qualidade.
Só não concordo com o secretário de estado João Costa quando ele refere que "o espírito " do plano de recuperação de aprendizagens é garantir que ninguém fica para trás. Infelizmente, ninguém, seriamente, pode garantir isso, porque historicamente isso nunca aconteceu e porque isso também depende da vontade dos alunos e das famílias. O "espírito" deve ser garantir que todos terão boas oportunidade de não ficar para trás.
Dirão alguns que miúdos de 11 e 14 anos têm pouco de produtivo a acrescentar. Eu acho que têm muito, se não dirigirmos as suas opiniões, se não escolhermos a dedo os seus representantes. Ouvir os alunos. Em massa e sem grandes guiões. Lá encontraríamos muitas respostas.
De qualquer modo, não me parece que a Escola recupere o tempo perdido, com a pandemia, com lamentações ou fórmulas antigas.
A minha sugestão: logo que possível tirar os alunos da sala e promover uma aprendizagem mais prática. Ainda que demore mais tempo.
Gabriel Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário