Hoje a água, ontem a discriminação racial, há uns dias o Pai, daqui a um mês a liberdade. Discutimos problemas ao ritmo do calendário do "Dia De".
Todos temos consciência da superficialidade da coisa, da hipocrisia dos propósitos, mas continuamos a chupar esse rebuçado cheio de ilusão parola. Entretanto os problemas agudizam-se, alguns de forma dramática. As questões são realmente sérias, mas a nossa abordagem é infantil.
Obviamente não há soluções perfeitas nem caminhos onde todos ganham. Todavia ainda há escolha. E poder escolher uma terapia é um beneficio que nem todos os doentes têm.
Sinto, muitas vezes, que vivemos numa sociedade em que temos quase tudo em versão pirata. Da comida aos eletrodomésticos, das férias aos sentimentos. Falta rigor, substância, coragem ou, simplesmente, paciência, para construir a solução que nos convém. E convém-nos trabalhar de forma sustentada e determinada em soluções ecológicas, livres e igualitárias, sabendo que isso dará trabalho imenso porque alguns de nós perderão privilégios, outros deixarão empregos. O início será doloroso, mas precisamos de empreender a jornada, conscientes do pequeno e fundamental papel que nos cabe.
Não esperar leis ou ordens para praticar a igualdade homem/mulher, poupar água de forma natural, abandonar hábitos sedentários. Podemos sempre argumentar que temos o direito de escolher os riscos que queremos tomar, mas não! Não temos o direito de esfrangalhar a vida dos outros, de lhes pesarmos social e economicamente. Não temos o direito de os pôr em risco, ainda que não conheçamos as vítimas do nosso egoísmo predador.
Gabriel Vilas Boas
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