O Estado de Emergência serve para os governos atuarem, em casos de exceção, acima da lei, que, nesses momentos, fica suspensa.
Ora, o governo português parece não querer o Estado de Emergência para nada, pois não sente necessidade de atuar para lá da lei.
Genericamente, as pessoas estão a obedecer às recomendações da Direção Geral de Saúde, ficando em casa as que podem, fazendo teletrabalho as que têm oportunidade para isso, comparecendo nos seus postos de trabalho aquelas que são imprescindíveis para a sobrevivência dos outros.
O Estado de Emergência não vai fechar supermercados, farmácias, hospitais, recolha do lixo, transporte de mercadorias, bombas de gasolina, nem ninguém quer isso. Infelizmente, também não trará mais ventiladores, nem médicos ou enfermeiros, nem recuperará mais depressa os infetados com COVID 19.
É verdade que poderá meter na ordem alguns "inconscientes" que teimam em frequentar espaços públicos sem que isso seja uma necessidade, mas genericamente o povo está a cumprir com o recolher recomendado, de modo voluntário.
O Estado de Emergência não vai atribuir mais dinheiro estatal às pequenas e médias empresas do que aquele pouco que o governo tem aforrado. Diria até que essa ajuda depende mais de uma decisão da União Europeia do que do próprio governo.
O problema é que o Estado de Emergência pode e vai gerar expectativas sobre o fulcro do problema: reforço do sistema nacional de saúde e dinheiro para o futuro das empresas. E obviamente essas expectativas sairão defraudadas, porque o Estado de Emergência não pode resolver nenhuma dessas emergências.
A grande emergência que temos é mantermo-nos quietos, em casa, disponibilizando meios e recursos privados para os profissionais da saúde e para aqueles que tratam do reabastecimento à população e... readaptarmos a nossa vida, para esta dupla quarentena três meses.
GAVB
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