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quarta-feira, 18 de março de 2020

HÁ UMA SEMANA NÃO ERA PRECISO FECHAR ESCOLAS, HOJE FOI DECRETADO O ESTADO DE EMERGÊNCIA


Saber avaliar a situação e decidir em tempo útil é o que se pede a quem governa. 
Há uma semana, não era preciso decretar nada, hoje foi usada «das últimas balas» que o governo tem para, administrativamente, combater um inimigo incomum.  
O que valerá, de facto, esta última bala? Provavelmente menos do que muitos esperam, porque continuam a faltar algumas armas cruciais para disparar as balas certas.

Há anos que um fábrica de Penafiel produz máscaras e outro material de proteção hospitalar, mas andava a exportá-lo, pois o governo português nem sabia da sua existência. Telefonaram aos patrões há poucos dias, depois de alguns jornalistas terem descoberto tal preciosidade. 

Faltam equipas médicas de controlo nos aeroportos, quanto mais não sejam para medir a temperatura, e indagar sobre os anteriores passos dos passageiros que chegam, mas há gente tão diligente nas alfândega que muitas máscaras compradas em Macau demoraram mais do que o suposto a chegar a quem por elas desespera.
Não há notícias sobre compra de novos ventiladores por parte do governo, mas alguns privados conseguiram encontrar alguns no mercado e oferecê-los ao hospital da sua área de residência. 
O Turismo e a Restauração reclamam por apoios, mas ainda não foram vistos gestos de solidariedade deste sector com quem trabalha o dobro do seu horário, nos hospitais, centros de saúde, farmácias, através da oferta de alojamento ou refeições.
Há muitas empresas que continuam a laborar sem razão de ser, arriscando a saúde dos seus trabalhadores, dos seus familiares, por mais um, dois, três dias de trabalho, quando a confirmação de um caso positivo os obrigará a fechar, mais dia menos dia. No entanto, não tardará o tempo em que dirão que não podem fazer outra coisa senão despedi-los. 

É altura de usar as balas certas e deixar o palco para quem sabe usar com destreza as poucas armas que o país ainda dispõe. 
A solidariedade é muito bonita, mas se continuarmos a pagar fogos com beija-flores em vez de condores, o mais certo é o fogo nos voltar a deixar a alma cheia de cinzas.

Alguns generais estão com medo e esconderam-se. É altura de darem o lugar aos «Salgueiros Maia» do século XXI, porque o Marcelismo  encolheu-se no seu palácio cor de rosa.

GAVB

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