Bound continuará James Bound, que é como quem diz Daniel Craig, mas OO7 passará a ser uma mulher e negra, que é como quem diz Lashana Lynch, uma bonita atriz britânica, que, segundo Daily Mail, vestirá o papel de de agente 007, repartindo o protagonismo com Daniel Craig,
Esa cisão entre James Bound e 007 talvez seja um importante momento da longa saga de filmes sobre o espião mais conhecido do mundo, mas o que chama a atenção neste notícia do jornal inglês é o sexo e a cor da nova protagonista.
Uma cedência ao politicamente correto? Uma provocação social e política quando a América é governada pelo misógene e racista Donald Trump?
Sempre achei importante que a arte interpele a sociedade, que não fuja das questões políticas e ideológicas, assim como é bom que as sequelas dos filmes mais icónicos têm de saber reinventá-los e não repetir uma fórumla comercialmente segura. Todavia...
Parece-me esta escolha muito mais um golpe de mercado do que uma vontade de provocar consciências e afrontar políticas e políticos.
O racismo e a misoginia não se combatem apenas nem essencialmente com escolhas simbólicas. Importante era o mundo do cinema saber criar e promover um filme cujo argumento, produção e representação soubessem expor toda a falta de humanidade, toda a boçalidade racista e xenófoba que grassa em muitos dirigentes políticos de topo, do dito mundo civilizado.
Não é uma missão para um espião, mas para toda uma indústria como a cinematográfica.
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