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quinta-feira, 25 de julho de 2019

SE É PARA SER UM BIG MAC NÃO PRECISAMOS DE VIVER OITENTA ANOS


Quem percorre as ruas de Londres e Nova Iorque ou cruza alguns dos mais movimentados aeroportos europeus, sem nunca o ter feito antes, não pode deixar de ficar impressionado com o ritmo alucinante e alucinado daquela gente moderna, importante, invejável. 

No entanto, se pararmos um pouco para os observar, reparamos que nem eles sabem por que correm nem para onde correm. Mas correm!

Para o metro, para o bar, para o shopping, para a fila do fast food, para o teatro... Não observam o outro! Deixaram há muito de o fazer e por isso não os incomoda o mendigo a viver na porta de um qualquer edifício, por mais porco ou doente que aquele ser humano se apresente a seus olhos. 

Não tomam atenção ao Outro porque faz tempo que se olvidaram de si. Assumem-se como peças de uma engrenagem avassaladora que lhes chupa as forças diariamente até ao limite, numa espécie de escravatura consentida. 

Nunca vi tanta avidez em chegar ao fim!

Passamos pela beleza das pessoas, das coisas e dos lugares como quem come um Big Mac e bebe uma coca-cola - bovinamente!
Obviamente cansamo-nos depressa das pessoas, das paisagens e dos objetos por mais extraordinários, belos e diferenciados que eles sejam, porque nos sabem sempre ao mesmo. Temos o paladar estragado!

Precisamos desse extraordinário tempêro que se chama TEMPO.
Tempo para saborear a vida que transcorre no Outro; Tempo para deixá-lo Ser; Tempo para perceber a beleza que nos rodeia. 

Se é para ser um Big Mac, não precisamos de viver até aos oitenta anos.

GAVB

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