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domingo, 16 de maio de 2021

SER MÃE NÃO É UMA PROFISSÃO NEM UM DEVER, MAS UM DIREITO


Muitas mulheres consideram a hipótese de serem mães, mas acabam por não concretizar essa intenção ao considerarem os vários constrangimentos que terão de enfrentar. 

Muitos de nós pensam nas condicionantes económicas, que são ponderosas num país como Portugal, mas acho que a questão está para além do dinheiro. 

Há as condições laborais  pouco amigáveis, a  falta de apoio social, o medo da facilidade com que os relacionamentos se desmoronam ou se tornam infernais. 

Ainda que o nascimento de um bebé seja um momento único de felicidade, rapidamente a mulher sente o peso do dever, que a faz tantas vezes encarar a maternidade como uma profissão, onde não pode falhar. 

Antes de mais convinha recordar que o nascimento de um filho é uma responsabilidade partilhada pelo pai e pela mãe (não uma profissão, não um dever). Depois, acho que seria interessante, enquanto sociedade, começarmos a trabalhar a ideia de que a maternidade / paternidade é um DIREITO.

E sendo um direito, a sociedade não faz nenhum favor à mulher ou ao homem que desejem ser pais criar-lhes as condições laborais, sociais, económicas e mentais para que esse possa existir. 

Hoje, quando uma jovem mulher decide ser mãe é olhada com um misto de comiseração ou desdém, como se fosse uma tonta por estar a abdicar da sua juventude, da sua liberdade, do seu conforto material. Ainda que não totalmente, infelizmente está, mas não é tola nenhuma.

 E é contra esta maneira de pensar e construir o  papel da mãe (e do pai) que temos de lutar enquanto sociedade. 

A mulher tem de sentir que ser mãe é um direito como outro qualquer, que ela exerce ou não, conforme a sua escolha, mas que exercendo-o não terá muros visíveis ou invisíveis para transpor. 

A maternidade é uma escolha pessoal, mas, para ser verdadeiramente livre e responsável, exige um outro enquadramento de mentalidade, pois é a mentalidade que molda e transforma as sociedades.

GAVB 

sábado, 16 de março de 2019

SE DEREM OS FILHOS PARA ADOÇÃO, MÃES IMIGRANTES NÃO SERÃO EXPULSAS DE ESPANHA

Leio o título e ficou automaticamente chocado. Tenho de voltar a ler com cuidado, pois parece-me irreal. Abro a notícia e leio-a com cuidado. Não há engano. Procuro outras fontes, mas as piores expectativas confirmam-se. Nada há de faccioso no título.

"O Partido Popular (PP) espanhol propõe que as imigrantes ilegais em Espanha que deem os seus filhos para a adoção não sejam expulsas do país. A medida polémica faz parte da estratégia do PP para combater a descida da natalidade em Espanha, e está a ser anunciada na campanha do líder do partido, Pablo Casado. 
Segundo a proposta, se uma mulher que estiver em Espanha sem documentação decidir entregar o seu filho para a adoção, passa a ficar protegida da deportação, ainda que por tempo limitado (podendo ainda, no futuro, vir a ser mandada para o seu país de origem, apesar de já ter abdicado do filho), adianta o jornal La Vanguardia . 
Atualmente, a lei prevê um mecanismo que conduz, automaticamente, as mulheres para fora do país, se, estando em situação irregular, esta entregar o seu filho - e é este mecanismo que o PP pretende desativar, se vencer as eleições. 
O partido argumenta que a medida está a ser bem-sucedida na Comunidade de Madrid (uma comunidades autónomas da Espanha, localizada no centro do país), e que deve ser alargada a nível nacional.", TSF

Quando um partido, como o PP, com as responsabilidades sociais e políticas que tem na sociedade espanhola, faz uma propostas destas algo vai muito mal na cabeça daquela gente. 
Há no mundo muitos países com um deficiente grau de desenvolvimento humano, onde não há democracia, liberdade de expressão nem os direitos são iguais entre homens e mulheres ou para todos os grupos sociais, étnicos ou religiosos, mas não me lembro de nenhum que criasse uma lei onde as mulheres/mães europeias a residir ilegalmente no país pudesseM adiar alguns meses a deportação se dessem os seus filhos para adoção.

Quem propõe aquilo que o PP espanhol propõe não sabe o valor de um filho, não percebe nada de dignidade humana, não pode almejar ser o representante de povo nenhum.
A melhor resposta a esta abjeta proposta do partido de Pablo Casado deu-a a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Calau: "Machistas. Racistas. Classicistas. Só nos faltava sequestradores de crianças. Fascistas."

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

MADONNA FOI À REBOLEIRA VER O FILHO JOGAR E DEU QUE FALAR E QUE PENSAR



Ao contrário do que supus, Madonna continua em Portugal. Mais discreta que os portugueses desejariam, mas incrivelmente coerente com o plano que traçou para esta fase da sua vida: cuidar e acompanhar o seu filho David, que joga nos sb-12 do S.L. Benfica.

Sempre pensei que facilmente a cantora americana se cansaria de Portugal e a passagem do filho pelos infantis do Benfica duraria semanas, mas tal não sucede. O que transparece das fugazes aparições públicas da estrela da pop americana é o desejo de uma vida sossegada em Lisboa, acompanhando o crescimento do filho, como qualquer outra mãe, sem se preocupar com o pouco glamour dos locais que tem de pisar.

Aos sessenta anos Madonna parece completamente apostada em usufruir de todo o prazer de ser mãe. O pouco que mostra de si nas redes sociais tem muito desta alegria que o convívio com as crianças lhe traz. É certo que toda a fortuna que acumulou lhe permite passar ao lado das dificuldades materiais que a maternidade implica, mas aquilo que retenho desta «estória» é a evidente satisfação que Madonna tem em ser mãe.
Nesta fase da sua vida, aquilo que lhe ilumina os dias não são as viagens, as roupas caras, as festas. O que faz vibrar Madonna são as jogadas e os golos do David e poder participar na educação e crescimento dos seus vários filhos.
E a maioria de nós a invejar-lhe a vida luxuosa! O grande luxo da vida de Madonna está ao alcance de muitíssimas mulheres portuguesas: o sorriso dos filhos, aquele abraço cheio de amor no final das aulas, o sentimento de que é fundamental na felicidade de um ser humano.

GAVB

terça-feira, 11 de abril de 2017

"NÃO SACRIFIQUEM A VOSSA MATERNIDADE PELO TRABALHO"


“Se quiserem ser mães, não sacrifiquem a vossa maternidade pelo trabalho. Ninguém vos vai agradecer por isso. O mesmo para os homens. Desfrutem. Podem fazer-se, sem dúvida, ambas as coisas.” Carme Chacón



Carme Chacón morreu há dias, em consequência de uma doença ignóbil que nos tira cada vez mais gente que amamos sem aviso prévio nem negociação. Carme foi muito mais do que a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Defesa de Espanha; ela foi uma mulher ímpar, determinada, corajosa  e com a clara noção do que era essencial, importante ou apenas supérfluo.

Os seus derradeiros pensamentos (que fazem o seu caminho pelas redes socais) servirão de farol a muitas mentes confusas ou indecisas. Chamou-me a atenção este pequeno parágrafo sobre a maternidade, porque a maternidade é para muitas mulheres pedra angular das suas vidas.

Muitas mulheres vivem angustiadas com a decisão/timing de serem mães, pois percebem que serão prejudicadas profissionalmente, caso optem por seguir o seu tempo em vez do tempo da empresa, do patrão ou do marido. Na verdade, quando a questão é assim colocada já estão a ser prejudicadas, quanto mais não seja pelo constrangimento à sua liberdade de escolha.


Como ninguém precisa de ser rico quando já é velho, também a maioria das mulheres não precisa de ser mãe quando os outros lho concedem.
O emprego, a carreira é só o emprego e a carreira. Hoje ganhas bem, tens estatuto e estás na mó de cima; amanhã acontece exatamente o oposto sem que tenhas feito nada para merecer a desdita. Nessa altura, repara-se que aquele esforço foi inglório, mas o facto é que o foi desde a coagida tomada de decisão.

Se o patrão ou o marido não percebem que o melhor momento para alguém ser mãe é quando a mulher sente inequivocamente essa vontade e que essa vontade deve ser respeitada, então o melhor é escolher outro emprego, outra vida. Há altura certa para se viver a maternidade. Deixar passar esse momento é uma amputação terrível que fazemos à nossa vida.
Claro que a vida está difícil, claro que é complicado encontrar um emprego compatível com o nível de vida a que estávamos habituados, claro que o mundo dos negócios não se compadece com “maternidades”, mas… claramente isto tudo é muito pequenino face à importância de um filho no momento certo.
Se a maternidade completa uma mulher, então ela não pode ficar adiada, porque a vida é muito mais do que um cargo, um bom salário ou um agradecimento cretino.

GAVB

terça-feira, 8 de março de 2016

O DIA DA MULHER


Para que serve um Dia Internacional da Mulher?
Para nos lembrarmos quanto a essência feminina é essencial à vida. A mulher aporta coisas únicas à vida de todos aqueles que a rodeiam, transformando o mundo num lugar mais bonito, sensível e delicado.
O maior tributo que lhe poderemos render é deixá-la exprimir-se naturalmente para que das suas ações e sentimentos brote o perfume que delicia a vida de homens, crianças e velhos.
A maior expressão da mulher é a maternidade. Nela a mulher revela a beleza do seu corpo e da sua alma, afirmando sentimentos e emoções que a fazem pedra angular da construção de outras vidas.  

Quando penso no maior mistério e sedução que a Mulher transporta consigo, ocorre-me quase sempre o da sua condição de mãe. De lá brota a força inquebrável onde todos se apoiam nas diversas encruzilhadas da vida.

Outro sinónimo de Mulher é a sensibilidade. A maneira delicada e doce como introduz o coração na razão torna a vida mais humana e mais bela. A Ela devemos o triunfo do amor sobre a oportunidade, a presença da compreensão em dias de intolerância, a valorização da ternura no meio da brutidão.

A vida sem a sensibilidade feminina seria de uma aridez entediante, onde muitas vezes nos interrogaríamos sobre o porquê das nossas ações. Talvez não nos demos conta, mas corremos por causa daquele sorriso, ganhamos forças numas palavras de estímulo ditas em segredo ou lutamos com a força que a memória de um beijo transporta.
Isto também pode ser feito por homem? Pode, mas não com o mesmo encanto e magia que a ação de uma mulher tem.

Impossível falar da Mulher sem falar da beleza que ela tão bem simboliza. Mais do que personificar a beleza humana, a Mulher personaliza-a, recriando o conceito em cada passo, em cada sorriso, em cada traço de um corpo desenhado de múltiplas formas. Graciosidade, elegância, classe, distinção passeiam no seu corpo sedutor, magnético e hipnótico.
 A vida sem a Mulher seria tão tranquila, tão segura, tão sossegada, mas também incrivelmente monótona.

Gabriel Vilas Boas  

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O BEBÉ DO ANO


Desde que me conheço verifico que não é só o Natal que tem as suas tradições, pois o primeiro dia de Janeiro, esse ícone do otimismo instantâneo, sorrisos e determinações resolutas, também ganhou direito às suas tradições: banho de mar em Carcavelos, aumento de preços ligeiramente acima da inflação, corrida ao bebé do ano.
Ano após ano, aquele jornal que quase todos lêem envergonhadamente reserva um lugar de destaque na primeira página para o primeiro rebento do ano. Este ano foi ligeiramente diferente… O bebé do ano é uma criança abandonada numa vala, muito perto dum colégio de freiras, em Setúbal, dentro duma cesta. A criança não teve muito tempo ao relento porque um homem a encontrou e logo chamou a polícia que tratou de a colocar no Centro Hospitalar mais próximo.
A notícia chocou-me e revoltou-me! Como é possível alguém colocar um bebé de horas no cadafalso, à espera da misericórdia da sorte? Será que aquela “pessoa” (mãe, familiar ou simplesmente amiga dos pais) não vislumbrou o sofrimento cruel que infligiria àquela criança? Entregou-a à morte e desafiou Deus a salvá-la!



Não me parece muito justo pensar que o fez em desespero absoluto, pois teve várias hipóteses para solucionar o “seu problema” doutro modo. Podia não ter assumido a gravidez que a lei e o hospital a acolheriam discretamente; podia ter tratado de encontrar alguém que temporariamente tratasse do seu bebé até que as difíceis circunstâncias da sua vida se alterassem; podia ter tocado à campainha do colégio de freiras, que acolhe crianças abandonadas há 65 anos, pedindo que lhe ficassem com a criança… Podia não ter tido aquela atitude abominável, mas teve!
Não acho que haja causas sociais que justifiquem tal acto. Se não queria ser mãe daquela criança, não era! Ser mãe é algo de maravilhoso e grandioso, que torna a mulher mais feliz e mais completa. Aceito que nem todas pensem desse modo, que muitas tenham medo, que haja quem não goste de crianças, mas não tolero que haja alguém que faça isto a um ser humano.



Será um crime que passará impune, pois a adoção acontecerá em semanas; a mãe não reclamará a criança, de que é absolutamente indigna, e o Correio da Manhã irá farejar notícias para outro lado.
Este bebé encontrará em breve uma mãe, um pai e talvez até irmãos. Ele é o meu bebé do ano. Sorrio ao imaginar o seu olhar doce e inocente e agradeço a Deus e ao destino este presente de Natal que teve de chegar atrasado.

Gabriel Vilas Boas   

domingo, 16 de novembro de 2014

SER MÃE SOLTEIRA


Sempre achei que ser pai ou mãe era das coisas mais extraordinárias que um ser humano podia experimentar, pois  gerar um ser humano assemelha-nos a pequenos deuses. Com o tempo, percebi que ser mãe é estar um grau acima deste estádio de felicidade plena. Para algumas mulheres, trata-se duma sensação e dum sentimento tão únicos e maravilhosos que as palavras são seres demasiado pobres para os descrever.  
Quem percebe a magia de ser mãe entende, sem dificuldade, que algumas mulheres decidam ser mães, ainda que os pais dos seus filhos se  recusem a cumprir o seu papel.


Admiro muito as mães solteiras! Na maioria dos casos, esse facto é mais fruto das circunstâncias do que duma opção inicial e deliberada das mulheres. Aprecio a força interior que essas mulheres revelam ao lutar contra a tristeza, a desilusão, a angústia que o momento do abandono dos companheiros traz.
Enfrentar uma gravidez nunca é fácil, enfrentá-la sozinha é sempre difícil. A gravidez é um momento psicológico e físico delicado quer para a mãe quer para o bebé, por isso é de louvar aquelas mulheres que decidem trilhar esse caminho apenas com o conforto dum ser que se mexe dentro delas.
A decisão de ser mãe solteira traz óbvias implicações em todas as pessoas que rodeiam a mulher. Todos parecem ter opinião sobre uma decisão que apenas cabe àquela mulher tomar e, quando tomada, muitos continuam a querer discuti-la, emitindo juízos de valor moral indecentes sobre algo que não lhes diz respeito. Isto acontece no trabalho, entre as amigas, no seio da família. Por mais que queira, uma mulher não é imune a toda esta avalanche opinativa, que não raras vezes se torna em julgador feroz e ameaçador. Contra isso, a mulher tem apenas a fé inabalável da sua decisão e o abraço dum coração que bate junto ao seu.


Depois de enfrentar o monstro do preconceito, a mãe solteira enfrentará os Trabalhos de Hércules dos primeiros meses de vida do seu rebento.
Todos os casais costumam salientar as noites mal dormidas, os cansativos trabalhos com fraldas e biberões, a falta de tempo para estarem um com o outro… A mãe solteira tem o trabalho dos dois e sobrevive. Não tem é o tempo nem o dinheiro que um casal dispõe para enfrentar os encargos com o nascimento duma criança.
A questão económica assume, por vezes, contornos dramáticos, pois na esmagadora maioria dos casos, o pai não contribui com nenhum dinheiro para o sustento da criança. Além disso, ter que tomar conta dum filho diminui drasticamente o tempo disponível para trabalhar. O certo é que muitas mães solteiras fazem verdadeiros milagres todos os meses para sustentar os seus filhos, garantindo-lhes também roupa, brinquedos, livros, consultas no médico….

Podíamos dizer que são pessoas excecionais, mães de ouro, um impressivo exemplo de amor, mas isso melhoraria muito pouco a sua situação. Melhorar a sua situação é começar por fazer uma coisa muito simples: RESPEITAR a sua decisão. O valor da maternidade é um valor tão cheio de amor e generosidade que quem decide abraçá-lo jamais pode merecer censura. Depois podemos e devemos APOIAR a mãe. Há uma imensidão de pequenas e grandes coisas que podemos fazer para ajudar uma mãe solteira. Nenhuma delas custa dinheiro e todas são duma grande utilidade.

Quando um dia destes nos depararmos com uma mãe solteira era bom que nos lembrássemos que aquela mulher tomou a mesma decisão que a nossa mãe tomou quando decidiu que havíamos de nascer. Aí, talvez percebamos bem aquilo que o Papa Francisco disse há uns meses: “Não existem mães solteiras, existem mães. Porque mãe não é um estado civil.”    
Gabriel Vilas Boas