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sexta-feira, 11 de junho de 2021

A MEMÓRIA É O MELHOR LUGAR PARA O AMOR MORAR

Enquanto almoçava com a minha mãe, ela lembrou-me que há 75 anos nascia o meu padrinho, Alberto Magalhães Araújo. 
Aquela recordação não fora premeditada, mas não surgiu por acaso. A minha mãe e o meu padrinho eram irmãos e amigos extraordinários, cujas personalidades se completavam. 


Apesar do meu padrinho ter-se ausentado eternamente há mais de vinte anos, sei que a sua memória habita permanente o coração da minha mãe. E hoje confirmei que a sua memória está afinadíssima. foi essa memória que me fez sorrir tantas vezes ao longo do almoço. Comover também. 


O meu padrinho foi a primeira pessoa que quis ser. Não por ser meu padrinho nem pela família dizer que éramos fisicamente muito parecidos. O que me fascinava era a sua inteligência emocional, a postura cavalheiresca, o prazer de conversa, a cultura que perfumava as suas palavras, a docilidade do seu trato. 


Infelizmente a vida não me permitiu privar com ele os anos que ele e eu merecíamos ter convivido, mas a memória é um afeto persistente  e, por mais que o tempo teime em esticar o Tempo, o afeto que eu e toda a família sentem por ele torna-nos próximos. 

O amor fornece o melhor oxigénio que a memória podia ter. É por causa dele que a memória persiste em cada um como guardiã do nosso melhor tesouro.

Gabriel Araújo

1 comentário:

  1. Gabriel como puseste bem em palavras o tio Alberto. Como faz falta a conversa sempre oportuna e agradável.

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