Apesar do meu padrinho ter-se ausentado eternamente há mais de vinte anos, sei que a sua memória habita permanente o coração da minha mãe. E hoje confirmei que a sua memória está afinadíssima. foi essa memória que me fez sorrir tantas vezes ao longo do almoço. Comover também.
O meu padrinho foi a primeira pessoa que quis ser. Não por ser meu padrinho nem pela família dizer que éramos fisicamente muito parecidos. O que me fascinava era a sua inteligência emocional, a postura cavalheiresca, o prazer de conversa, a cultura que perfumava as suas palavras, a docilidade do seu trato.
Infelizmente a vida não me permitiu privar com ele os anos que ele e eu merecíamos ter convivido, mas a memória é um afeto persistente e, por mais que o tempo teime em esticar o Tempo, o afeto que eu e toda a família sentem por ele torna-nos próximos.
O amor fornece o melhor oxigénio que a memória podia ter. É por causa dele que a memória persiste em cada um como guardiã do nosso melhor tesouro.
Gabriel Araújo
Gabriel como puseste bem em palavras o tio Alberto. Como faz falta a conversa sempre oportuna e agradável.
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