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domingo, 20 de junho de 2021

É PENOSO VER QUE PORTUGAL CONTINUA UM PAÍS ATRASADO, APESAR DE TANTO APOIO

 Durante décadas entraram em Portugal milhões e milhões de euros em apoios comunitários e a vida dos portugueses melhorou um pouco, mas não tanto como o de outros cidadãos europeus que tinham piores vidas que as nossas há vinte anos.

Elisa Ferreira coloca a questão como ela deve ser colocada: é penoso, triste, incompreensível ver que Portugal é ainda um país da coesão, ou seja, um país que precisa da ajuda de outros países da UE. Um país que pensa como um adolescente, sempre a pedir mesada aos pais, apesar de já ter 35 anos de União Europeia e depois da sua entrada já ter visto mais 15 países entrarem para o clube europeu.

E a situação não tende a melhorar porque o governo português já nem quer dinheiro emprestado, quer dinheiro dado.

Desenvolver projetos em que tenha de colocar a sua parte (por mais pequena que seja) e dar conta da rentabilidade do investimento quase que deixou de ser opção estrutural. 

Pior que não ter dinheiro é não saber o que fazer com ele. Os portugueses sabem os restaurantes com estrela Michelin em Portugal, as aventuras do do rei Emérito de Espanha, os devaneios amorosos das estrelas de futebol portuguesas, mas não conhecem dez projetos portugueses que aplicaram, com sucesso, os fundos que a UE disponibilizou a Portugal. Muito menos sabem quais a empresas portuguesas que começaram por recorrer a esses fundos, mas atualmente já os dispensam porque ganharam asas suficientemente fortes para não estarem dependentes de ajudas. 

O que Elisa Ferreira não disse ou não quis dizer foi a razão pela qual o nosso país continua alegremente a fazer o papel de pedinte. 

Eis parte da resposta:


Corrupção e Incompetência. 
O palco é sempre ocupado por  quem desviou, por quem "roubou", por quem se deixou corromper. Para encontrarmos um bom exemplo de empreendedorismo temos de recorrer a um homem como Rui Nabeiro, que já fazia fortuna com preocupação social há cinquenta anos, ou seja, quando não havia fundos de coesão. 
Portugal não  tem falta de qualidade humana, nem técnica, mas continua, na minha opinião, com uma mentalidade pequenina, que acha que o futuro de uma nação se constrói segundo o paradigma  "temos de sacar uns milhões a Bruxelas", para fazer umas autoestradas e pagarmos mais uns grupos de estudos para o novo aeroporto ou para mais uma travessia sobre o Tejo ou o Douro. Tudo se resume, no fundo, em mais betão.
Onde estão as empresas nacionais do setor energético? Ou da área da medicina e do medicamento? Ou da produção alimentar? Se retirarmos as empresas ligadas aos serviços e turismo, quantas empresas nacionais temos com mais de dois mil trabalhadores?

Toda o adepto de futebol atira à cara  do presidente do Benfica os 100 milhões investidos na última época desportiva, na equipa de futebol, em que obteve zero títulos. Ninguém sabe sequer quantos milhões o governo de Portugal recebeu de Bruxelas nos últimos oito anos, nem o destino que lhes deu.

Gabriel Vilas Boas.


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