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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

ESCRE(VER)-ME

 Nunca escrevi


sou 

apenas um tradutor de silêncios


a vida

tatuou-me nos olhos

janelas

em que me transcrevo e apago


sou 

um soldado

que se apaixona

pelo inimigo que vai matar.


Mia Couto, 1985

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